31/08/2016

SOB O ATAQUE DAS SOMBRAS - Joana d'Art


No meu livro Joana d’Art como já disse há episódios de ficção e de memória ou inspirados nela.

Há um momento em que descrevo, inspirado em fatos, que a personagem Joana é convidada por uma colega a se aproximar de um “trabalho espiritual” conduzido por um guia.

E ela vai, uma tentativa de melhorar sua baixa estima, segundo as razões e experiências que relato no livro pelas quais ele passava.

Foi nessa sessão dita “espiritual” que sentiu o terror e a experiência das sombras se apossando de sua interioridade, forças funestas que passaram a dominar sua vontade e somente vencidas pelo modo como explano no livro.




Há uns 20 anos estava esquecido na minha estante um livro capa dura, muito bem impresso e apresentado, da Editora Abril, “Seitas Secretas”.

Esse livro foi uma descoberta. Muito bem escrito e traduzido, o texto vai a detalhes das várias correntes esotéricas e ocultistas (as seitas secretas) sem esquecer antigos movimentos e grupos como os templários, a origem hermética dos rosa-cruzes - os “invisíveis”, a maçonaria e as ordens secretas do final do século 19, especialmente o surgimento da Sociedade Teosófica que permanece até hoje ativa.

Havia outras correntes místicas na Europa e Estados Unidos naqueles idos, seguidas por grupos de pessoas instruídas e perplexas com, digamos, as forças espirituais que se bem meditadas fazem parte de muitos momentos da vida de todos aqueles que detém um nível de compreensão e refletem de modo filosófico, o sentido da vida e de tudo que nos rodeia.

Mas, nessa quadra do século 19, creio que com poucas atividades sociais pela precariedade das comunicações e da locomoção essas práticas até surpreendem.

E, na verdade, nem tudo eram revelações interiores positivas, de elevação, de tentar compreender os mistérios da espiritualidade com a serenidade que esses valores elevados exigiriam.

Pois bem, o escritor irlandês William Butler Yeats, Nobel de Literatura em 1923, místico, filiado à ordem Aurora Dourada e depois à Sociedade Teosófica diria que “a vida mística é o centro de tudo que faço, tudo que penso e tudo o que escrevo” e que “não poderia ter escrito uma única palavra [de algumas de suas obras] “se não houvesse feito da magia meu estado constante”.

Relato de sua experiência que se viu sob o domínio das sombras, de forças que emanam de um mundo paralelo, tenebroso:

“Quando rapaz participou de uma reunião em que um feiticeiro encapuzado – que trabalhava com um turíbulo [incensário], adagas, um crânio humano e outros implementos apropriados – cortou a garganta de um galo novo e derramou seu sangue em uma cuia enquanto recitava encantamentos. Yeats não viu serpentes aparecerem, como outros presentes na sala disseram ter visto, mas sentiu-se rodeado por nuvens negras más, tão ameaçadoras que julgou ser necessário lutar para não ser dominado.”

Essa experiência do escritor irlandês – que não me inspirou no relato que fiz, porque vim a conhecer posteriormente - é bem parecida com a experiência de Joana descrita no meu Joana d’Art.












Contato com o Autor sobre o livro Joana d’Art: miltonmartins44@outlook.com

O livro Joana d’Art é encontrado em Piracicaba, nas Livrarias Nobel (centro e shopping)