25/12/2011

PEQUENAS REFLEXÕES, SIMPLICIDADES, COTIDIANOS

Perdões

Neste dia de Natal, não ligando nem um pouco para o papais nois, velhos garotos-propaganda do consumismo barato ou caro – afinal são eles intrometidos numa data que não lhes pertence - reflito sobre o perdão.
Do meu passado de infância e adolescência talvez me ressinta hoje e ainda de suposto não amor paterno por tudo que já escrevi. Mas, tantos anos depois, há um sentido de inocência nessas minhas suposições que devo aceitar. (1)
Pode até ser fácil perdoar, mas quão difícil esquecer. Aquelas sequelas ressurgem ao acaso, depois de tantas décadas ficadas para trás. Sei que as dores também devem prescrever, perder a validade. E olhar para o alto e obter um sentido transcendente das coisas, das experiências.
Sem nenhuma inspiração – porque não sentia na minha “alma” o que escrevera pelo que zero de inspiração e transpiração --, escrito apenas para preencher um espaço num livreto a que me obrigara (2), há décadas escrevi um poema sob o título “Compreender e perdoar”. Assim,
Que luzes são essas,
Quais são essas luzes
De tão magníficas cores,
Que invadem meu ser?
que aliviam a mente
animam viver?

Um quê universal
Algo místico, imaterial
Inspira amar
A sorrir, a rir sem cessar,
E a musa Natureza
A santa Natureza
Inspira compreender
E perdoar...

Que se pode esperar
Do homem animal,
Do pensamento material,
Do egoismo do racional,
Senão compreender
E perdoar?

Agradeço meu Deus,
Este momento,
Delicioso momento
Em que senti
Tão profundamente
Um pouco de Ti...
E compreendi,
E perdoei...

(1964)
Só me encorajei a divulgar esse poema porque hoje é dia de Natal, simbolicamente o nascimento de Jesus. E por ser o tema próprio para um dia como hoje.
Quanto ao futuro, espero que os meus descendentes não tenham sentimentos adversos quanto a mim, pelo que fui e sou e que sempre me perdoem.

Confissão

Se disser que sou próximo de Jesus e da religião, estarei faltando com a verdade. Quantas vezes me vejo cético por tudo o que já li e ouvi sobre sua alegada presença na Terra. (3)
Mas, por outro lado, nos meus momentos de angústia – e não foram poucos – ou de clamor psicológico invoquei seu nome e sua intervenção para vir em meu auxílio.
Feitos os clamores, as coisas melhoraram. Seu nome como uma oração deve soar no infinito da vida, como um mantra, desbravador ou ouvidor das agruras que atormentam a humanidade.
No meu silêncio, nos meus sonhos...

Abelhinha preta

Na véspera, estava acomodado no meu escritório, aproximou-se uma abelhinha preta, voando na altura dos meus olhos, até pousar no meu polegar, no exato momento em que lia a notícia dando conta que empresa de bebidas se responsabilizará em recolher todo o resíduo reciclável no próximo réveillon em Copacabana.

Sabia que na área verde aqui ao lado – parte dela foi “organizada e plantada” por mim e está bem arborizada – precisava de uma limpeza de garrafas “pet” e sacos plásticos, papeis.

Larguei o jornal e a abelhinha e fui para a área verde fazer a faxina.
“Fiz a minha parte”. Quase nada ou nada. Bom que se diga. Melhor não está porque ninguém faz a sua. (Assista na crônica anterior, "Apocalipse now", video "Arte do Lixo").
(Há alguns meses, um espécime daqueles marimbondos zangados, picadas doloridas, também insistiu em pousar na minha mão como se a beijasse – carinho que não merecia porque já agredi mortalmente seus iguais e fui atacado por eles - dolorosamente).
Já escrevi sobre uma dessas experiências com esses marimbondos. (4)

Águas de São Pedro

Devagar estou indo para os rumos da linda Águas de São Pedro, a 30 quilômetros de Piracicaba.
Na casinha em reforma, soube que mora uma família de lagartos.
Estou ansioso para saber que tipo de relacionamento terei com os lagartinhos e lagartões.

Essa casa tem até hoje uma placa em inglês “toca da coruja”. Mas, acho que o correto seria e será, “toca dos lagartos”.
Um dia conto o que se deu.

Amor-eira

Eu a plantei pequena, bem pequena – menos de um metro - e, embora com muita frequência perto dela, não a vi crescer...tanto.
Hoje, até ela faz sombra sobre o banco de granito que de certo modo abandonei. Foi nele, naqueles fins de tardes quentes que li boa parte dos dois volumes de “Guerra e Paz” de Tolstoi.
O tempo passou, mas não só por isso: havia uma companhia importante que se foi e que ficava comigo por lá, a minha velha cachorrinha preta. (5)
Hoje, chegando perto da amoreira, dois bem-te-vis saíram apressados de sua copa. Quem me dera eles não se assustassem com a presença suspeita. Quisera afagá-los. Mas, não é assim, a natureza os previne. Afinal, “o homem vem aí”. E com ele a maldade pode vir junta.

Legendas (crônicas relacionadas):

(1)“Fragmentos paternos” de 13.02.2011 e “Fragmentos maternos” de 08.05.2011
(2)“Versos para ninguém” de 19.04.2009
(3)"Dos sem religião" de 27.02.2009 e também "Enigmas de Jesus" de 25.12.2009 in www.votebrasil.com
(4)”Animais (zinhos) e bichos” de 10.04.2009
(5)“Dias amargos” de 28.11.2010 e “Mensagens e imagens” de 23.01.2011

Fotos e imagens:

(1) Flores “sempre-vivas”, sempre-vivo
(2) Imagem de Jesus receptivo fora da cruz
(3) A “minha” área verde que plantei
(4) Paisagem de Águas de São Pedro
(5) Amor-eira

13/12/2011

APOCALIPSE AGORA


Esta crônica foi publicada com o mesmo conteúdo em outro blog que venho mantendo, no qual a maior parte dos artigos e crônicas que lá escrevo, refere-se a temas políticos, sociais e ecológicos.
Para um blog “político” com assuntos “indigestos” devo reconhecer que esta crônica é até bem acessada.
Por conter identidade com estes “Temas”, divulgo-a aqui também com os ajustes que julguei necessários. (*)


Nem sempre o colunista consegue redescobrir suas fontes, aquelas informações que batem em sua memória, lidas nalgum lugar há décadas e que se perderam.
Mas, nesse passado numa publicação de assuntos metafísicos li que a Terra poderia suportar até seis bilhões de habitantes.
Há dez anos, essa marca foi comemorada, hoje já seriam sete bilhões.
Não de hoje, pois, tenho aquela marca na memória imaginando então, quando, atingida, quais seriam as consequências.
Curiosamente, nestes tempos de agora, na medida em que se aguça a predação ambiental, há um sentimento de que algo catastrófico vai ocorrer, algo apocalíptico, tendo como principal referência o calendário Maia que se encerra abruptamente em 21 de dezembro de 2012. Nessa data, o planeta seria então afetado por algum fenômeno natural catastrófico que modificaria radicalmente a vida conhecida, Isto é, destruição de tal ordem que a vida não seria mais esta como conhecemos.

Sete bilhões de almas realmente afetam do modo mais predatório as reservas ambientais.
Essa predação não se dá apenas pela sua necessidade em produzir alimentos e outras necessidades, mas também pelo que traz de prejuízo ambiental a tecnologia, a indústria, o lixo às centenas de toneladas.

Milhões e milhões de carros que exigem milhões e milhões de barris de combustível fóssil que por sua vez poluem a atmosfera em toneladas de resíduos.


E pior, na medida em que as necessidades de combustíveis se avolumam, a busca de fontes oceânicas tem sido desastrosa a mais não poder, com o vazamento de milhões de litros nos mares, afetando toda a fauna marinha por anos.
É afetada com essas catástrofes toda uma cadeia alimentar da qual o próprio homem dela se vale. Mas, enquanto disponível, geralmente a obtém com brutalidade, desprezando as vidas que ceifa em sua caça insana, sem sequer entender, de muitos desses animais vitimados, a própria inteligência e mesmo a aproximação amistosa que fazem perante o seu carrasco traiçoeiro. E são mortos brutalmente.

A escassez de água potável se constitui grave ameaça já havendo regiões miseráveis que não recebem ajuda ou a recebem de modo insuficiente e dela se privam sempre em maior escala.

Há a tecnologia que ativa a dessalinização das águas oceânicas que pode ser ampliada e minimizar sua escassez mas são imensos os investimentos.
Mas, não há mais tempo para suportar a poluição dos rios com esgotos e outros resíduos que tornam a água não potável, imunda. É premente a ampliação e aplicação de tecnologias do tratamento dos esgotos.
Sem qualquer propensão a levar tudo para o lado metafísico, digamos, é notória a correlação que se dá entre os vários elementos naturais. Essas destruições, o desrespeito à vida sem causa, provocam reações destrutivas num processo ‘incompreensível’ que o nosso modo de viver no dia-a-dia atribui de maneira simplista a fenômenos que sempre espocaram ao longo dos séculos e séculos.


O que se assiste, porém, é a frequência maior de pequenos e grandes eventos ditos naturais devastadores, como tsunamis, erupções vulcânicas, aquecimento global, secas, desertificações, devastações por chuvas intensas...


Há, efetivamente, indicações crescentes dos efeitos dessa desorganização ambiental que muitos não enxergam porque há a predominância da visão econômica da vida, do negócio, do consumismo e do “supérfluo necessário”, sem atentarem para os prejuízos globais que tais produtos e ações provocam no equilíbrio do planeta.

Os seis bilhões de almas, há dez anos alcançados, mantinham algum equilíbrio entre alimentos e meio ambiente. A fome em alguns países, na África, especialmente, não se dera pela escassez dos alimentos, mas por disputas políticas sórdidas que priva seres humanos do mínimo para sobreviver e também pela falta de ações solidárias de quem poderia ajudar.


Nessa linha do lucro e da linguagem do dinheiro, as florestas vão sendo devastadas, não só por conta dos pastos abertos em grandes extensões para criação de gado, mas também por exigência de amplos setores industriais.
Mas, tantos vivendo só no presente, ignorando as conseqüências no futuro, há que propagar que a preservação e reposição vegetal são essenciais para equilibrar o clima do planeta, ajustando na contrapartida técnicas do aumento da produção de alimentos nas áreas já reservadas ou devastadas.

Vive-se, nestes tempos, verdadeira babel consumista. Quanto de equipamentos desnecessários nos foram "vendidos" como essenciais a ponto de nos acostumarmos com seu uso e, mais, pelo rápido avanço tecnológico serem trocados sistematicamente por novos modelos, engrossando as pilhas de produtos obsoletos descartados. (Assista video "Arte do Lixo" abaixo).


Nem mesmo no âmbito econômico, há segurança. Os Estados Unidos em crise ainda gastando fortunas nas guerrilhas do Iraque e do Afeganistão - guerras perdidas de um modo ou outro porque as facções que se opõem à paz são criminosas sem aquela lógica ocidental em aceitar certos valores.
Aonde se situará a China, grande poluidora, até aqui indiferente aos apelos de contenção, com seus 1,3 bilhões de habitantes? Com sua produção industrial predatória? A própria Índia.
As dúvidas não param aí. Com tantas incertezas, se nada ocorrer em dezembro de 2012 nessa eclosão apocalíptica alimentada pelas grandes redes de comunicação mas que a muitos aflige como algo inevitável que merecemos passar, com certeza teremos que nos preocupar com o futuro de nossos filhos e netos.
A vida vai ser difícil de ser vivida, cada vez mais, mesmo com muito otimismo.

Esperança
Paisagens que ainda temos para contemplar.


(*) Crônica que tem relação com esta: "Qual será o nosso amanhã. E as previsões tenebrosas" de 15.06.2013

Legendas

(1) Ruas lotadas em Ambassador - Calcutá, Índia - mistura de carros, pedestres e ambulantes (foto de Randy Olson - National Geografic)
(2) Trânsito em São Paulo - Dia cinzento (Fonte: Jornal do Advogado de novembro de 2011, ilustrando artigo sobre a poluição e a relação com as doenças respiratórias)
(3) O petróleo e a sujeira nos mares, inclusive do Brasil, na Bacia de Campos - RJ (foto Google)
(4) Esgoto despejado no rio (Foto Google)
(5) Tsunami no Japão em 2011 (Google)
(6) Fome no mundo (Google)
(7) Dia de compras na rua 25 de Março / SP (Foto de Ricardo Correa - Revista Exame)
(8) Cataratas do Iguaçu (Google)

27/11/2011

MEUS FANTASMAS, MEUS SUSTOS, SONHOS...

Fantasia

Por muito tempo procurei o DVD de um filme produzido por Walt Disney na década de 40, “Fantasia”. (*)

Tenho ainda na minha imaginação alguns sons e imagens que ficaram e ficarão para...sempre (!)
Criança com meu pai – que era apreciador da música clássica – fui a algum cinema em São Paulo e me deslumbrei com Mickey o aprendiz de feiticeiro (ao som da música de mesmo nome de autoria de Paul Dukas) que aprontara uma confusão mais ou menos com uma vassoura que enfeitiçara para ajudá-lo a carregar baldes e baldes de água e não sabia como reverter a mágica quando o descontrole deu em inundação.
Muitas são as músicas clássicas aproveitadas no desenho magnífico, interpretadas pela Orquestra Sinfônica da Filadélfia sob a regência do consagrado maestro Leopold Stokowski.
Nada me empolgara muito, na verdade. Naqueles idos havia passagens sonolentas. Fixara-me nos desenhos e nas figuras de certo modo como fazia com os desenhos do bisavô pica-pau (woody woodpecker)
Uma música de destaque em “Fantasia” é a “Pastoral” de Beethoven que ouvira muitas vezes em minha casa, tocada naqueles vitrolões nem sei se hoje relíquias de museu, com aqueles discos ainda precários, mas audíveis. “Pastoral” é remetida para animar figuras mitológicas, pegasus, faunos, centauros desenhados com esmero e graça.
Pois bem, um canal a cabo outro dia programou o filme Fantasia.
Todas aquelas lembranças verdadeiras, a ida com meu pai ao cinema que, se bem me lembro, com ele assisti também Shane.
FANTASIA evoca para mim o que de melhor, num tempo de menos malícia.

O video apresenta cena inspirada na música "Sagração da primavera" de Igor Stravinsky
(*) O filme Fantasia teria sido restaurado e relançado em DVD em 2011

Meus fantasmas


Ao longo da minha vida, desde a adolescência me deparo com meus fantasmas.
Já muitas vezes relatei alguns eventos que se deram comigo, terrores, acordado e sonhando.
Naquelas noites, já tarde, vez por outra flagro vultos me encarando.
Não fazem mal e nem me induzem ao mal pensar. Nem se apresentam tão nitidamente a ponto de me assustar se me deparo com essa (estranha) realidade.
Já tarde da noite, fecho uma porta no escuro e ao me virar lá está outro vulto. Me arrepio, mas vou em frente.
Num desses silêncios com a mente perdida no seu universo alguém que não vi me fala aos ouvidos:
- Ih, esse vai ser meu avô.
Tenho filha e filhos que serão mãe e pais daqui a alguns meses.

Susto

Naqueles idos bem vividos, num bairro periférico de São Caetano do Sul, havia um campo de futebol que, quando chovia – e chovia muito atraindo a saparia que coaxava por noites e noites, até que o brejo secasse.
As ruas não eram calçadas e as noites eram escuras.
Ali times varzeanos cumpriam jogos emocionantes naquele e outros campos.
Quando encharcado, a molecada usava metade daquele campo para as peladas empolgantes.
Já disse que nunca comecei uma briga.
Numa dessas partidas havia um adversário que me encarava um pouco além do jogo. Era o P...
Ele estava ansioso em trocar uns sopapos comigo. Tanto fez naquela manhã, que conseguiu. Formou-se a roda e até com facilidade eu o dominei e não me propus a dar-lhe surra memorável. Ele entendeu e passou a me evitar.
Alguns anos depois, andando preguiçoso numa manhã por uma das principais ruas da cidade, em direção contrária vinha um sujeito alto, mulato, cabelos crespos, modestamente vestido cujo rosto não me era estranho.
A poucos metros até ele um carro da polícia parou exatamente ao meu lado, desceram apressados policiais com armas em punho ameaçadores vieram ao que parecia em minha direção.
Entrei em pânico, sem saber o que acontecia e o que esperar.
A bronca era com o P...

Foi dominado, algemado e posto encolhido no camburão. Os policiais indiferentes ao meu susto, voltaram para a viatura apressados. E partiram.
Nunca mais o vi. O P...

Loira de blusa verde


Jovem loira bonita, simpática e pelo que ouvi conversava um “papo cabeça”. Blusa verde bem decotada seios pequenos que não destoavam de sua beleza. Se loira inteligente não se valerá do artifício do silicone.

NOTAS GRAVES

Baleias e golfinhos mortos em ritual degradante

Moradores das Ilhas Faroe participam de caçada a baleias "piloto" durante o tradicional ritual Grindadrap de "caça a baleias", nas proximidades da capital Torshavn. Os habitantes da ilha, uma província autônoma da Dinamarca, matam e comem baleias "piloto" todos os anos. Também golfinhos são barbaramente trucidados.
No ritual satânico anual que ocorre na Ilha, centenas de baleias “piloto” são massacradas, tingindo a praia do vermelho do sangue dos animais. E todos aqueles insanos comemoram a matança, não poupando nem mesmo as crianças. Provavelmente elas deverão no futuro continuar o ritual satânico enquanto não houver um basta da Dinamarca omissa – considerada altamente civilizada. E mesmo a intervenção de outros países ainda que menos civilizados mas com alguma consciência pelo horror da barbárie infernal praticada nas Ilhas.
E há ainda quem pergunte, nas tragédias que vitimam a humanidade, “onde estava Deus”? Os elementos da natureza cobram um preço pelo que de sórdido aqui se pratica.
As Ilhas Faroé são um arquipélago dinamarquês (território Autônomo) do Oceano Atlântico com 1400 km2. A capital é Torshavn na Ilha Strm. Situado entre a Islândia e Escócia é constituído por 18 ilhas e ilhotas de origem vulcânica.

Esperanças e ternuras


Filhote de veado assustado é capturado e recebe carinho

Em Piracicaba, no Horto de Tupi (bairro da cidade) foi capturado um filhotinho de veado por um morador, preocupado que ele corresse nos rumos da rodovia. Diz a notícia que o animal “estava assustado e chorava bastante.”
Por conta da quebra de seu habitat, esses animais aparecem frequentemente por ali.
O bichinho levado ao Zoológico, devidamente examinado, não apresentava ferimentos e estava bem de saúde: “no local recebeu carinho do veterinário e biólogos. Tão logo terminasse o exame, receberia alimentação própria para a espécie e que é misturada ao leite”.

Usina de Belo Monte - Repúdio (Atores globais)


Fotos / Legendas

(1) Capa do DVD das músicas de "Fantasia"
(2) Mickey e a dança das vassouras enfeitiçadas
(3) Rua Manoel Coelho - São CAetano do Sul. Bem a direita se deu o evento relatado
(4) Matança das baleias nas Ilhas Faroé (Foto: Andrja Ilio / Reuters via UOL)
(5) Gazeta de Piracicaba de 26.11.2011 – Foto de Christiano Diehl Neto (na foto PM Ambiental Albuquerque com o bichinho salvo)

13/11/2011

SUPERSTIÇÕES: A besta e o 13

Nesta semana, deu-se o 11.11.2011 ou 11.11.11 constituição numérica que muitos consideraram de sorte, de bons fluídos, de boas esperanças.
Nesse dia, uma sexta-feira, esse data passou, para mim, despercebida por conta das minhas tarefas profissionais.
Afinal de contas o meu escritório, só meu, é também um refúgio onde muitas vezes até medito entre uma demanda e outra.
Nos revezes naturais da difícil profissão costumo dizer, apontando um canto da sala que ali bato a cabeça, para me resignar ao insucesso que pode nem ser definitivo.
Mas, no dia seguinte, estarei de volta para pensar como resolver da melhor forma o não êxito.
A propósito de amuletos e superstições sou completamente indiferente.
Mas, vejam, por conta, exatamente de meus apelos profissionais tenho diante de mim uma disposição legal que me interessa muito, porque vem em abono da minha “tese” que é identificada pelo número 666.
Bem poderia ser 665 ou 667 mas o número 666 existe e tenho que conviver com ele.
Todos sabem que esse algarismo, no capitulo bíblico do Apocalipse identifica a besta. Nestes termos:

13.16 E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa,
13.17 Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome.
13.18 Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, porque é número de homem; e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.


Há interpretações desse texto qualificando o imperador Nero como a besta na sua época. E há interpretações que dão conta que, neste mundo atribulado representaria o anti-Cristo.
E supersticiosos “maiores” que veem o 666 em toda parte, em muitos gestos espontâneos.
Mirando o dispositivo de natureza jurídica com esse número, ignorei todas essas questões religiosas ou azares e dele me vali com toda força.

Imaginei naquele momento contando determinados objetos e, no seu final, apurasse 666 unidades. Não adiantaria disfarçar ou dizer que não eram 666, mas 667. Não, porque o número existe e não pode ser omitido, substituído por 665 + 1 ou 667.

Não, mesmo?
Eis o que relata a Wikipédia:
“Os números 13 e 666 retêm um significado peculiar na cultura e psicologia das sociedades ocidentais. É perceptível como muitos tentam evitar os supostos números de "azar" 13 e 666; e as fobias a esses números são chamadas de "triscaidecafobia" e "hexacosioihexecontahexafobia", respectivamente. Por exemplo, quando a gigantesca fábrica de CPU Intel introduziu o Pentium III 666MHz em 1999, eles escolheram para o mercado o Pentium III 667 com o pretexto de que a velocidade 666,666 MHz teria mais especificamente proximidade ao inteiro 667 do que o inteiro 666 MHz. Curiosamente, também, da mesma forma a empresa desenvolvedora de softwares Corel, ao lançar o que seria a versão 13 do seu conjunto de ferramentas para editorações gráficas, os lançou batizando-os de CorelDraw Graphics Suite X3, que é a versão 13 e posterior à versão 12, caracterizando assim sua superstição ao número.”

As superstições estão aí. Nos casos acima relatados, as empresas usaram 666,6 e “arredondaram” para 667 e no tocante ao número 13, apenas X3.

Conseguiram pronunciar hexacosioihexecontahexafobia, medão do número 666? Eu ainda não. Tenho é medo ou receio  da "legitimidade" desse palavrão.

Há um famosíssimo cantor, segundo notícias, que estaria projetando construir um edifício e supersticioso ao extremo que é, pensava em excluir o 13° andar. Do 12° andar, o seguinte seria o 14°.
Tem sentido isso? Não se trata de imensa tolice?
Se o prédio tiver, digamos, 20 andares, na verdade serão 19. Não dá para excluir o 13 e qualquer outro número. Ao chegar ao 12° andar, o elevador apontará o 14° andar, mas todos sabendo que se trata do 13°.
Besteirol, não?

Há um quadro histórico importante que se refere ao extermínio da Ordem dos Templários em 1307. O rei Felipe  IV da França, colaborou com o Papa Clemente V nesse objetivo. Naquele ano, no dia 13 de outubro, uma sexta-feira uma ordem expedida na França e em toda a Europa determinou a prisão de todos os templários. Presos, foram acusados de heresia e massacrados pela tortura praticada para que revelassem o esconderijo de seus tesouros como se acreditava terem acumulado naqueles tempos. Muitos foram condenados à fogueira. "Dia de mau agouro".




Para mim, no joguinho do bicho e nos bilhetes da loteria, 13 é a borboleta. E como sou chegado numa borboleta azul andei caçando muitos desses bilhetes lotéricos. Nunca obtive prêmios, mas continuo com as borboletas, nem que seja a 13ª.




DAS SUPERSTIÇÕES:
Gatos pretos: na idade média seriam bruxas transformadas, dai o azar quando se cruza com um deles. Mas, também, podem significar riqueza se andarem por perto, caseiros, dai "dinheiro caindo do céu".
Número 13: Doze os apóstolos mais Jesus. Judas traiu Jesus, o que "amaldiçoa" o número treze; a sexta-feira 13 é de "azar" porque Jesus Cristo fora crucificado nesse dia.
Trevo de quatro folhas: quatro as estações, quatro as fases da Lua - número completo. Pela raridade do trevo de quatro folhas, se encontrado, ele é de sorte

Fotos e imagens:
(1) Besta: animalzinho estéril mal afamado, especializado em carregar cargas (Google);
(2) "Borboleta 13" segundo estampado no Google;
3) Trevo de 4 folhas e o 13. Mastiguei na infância muitos ramos de trevo, porque azedinhos. Havia um de 4 folhas comigo conservado há décadas, pela sua raridade, num livro que acabei encontrando. Daria azar o 13 e sorte o trevo de 4 folhas. Ambos dão sorte...





Esse trevo de quatro folhas estava bem guardado no livro "Eneida" de Virgílio que meu pai adquiriu em janeiro de 1944. Calculo que essa folhinha, bem embaladinha lá esteja desde a década de 40.







(4) O gato preto e o 13. O gato por ser preto leva má fama também pelo seu olhar fixo, verde e alerta.