26/01/2014

A TECNOLOGIA DESAFIANTE DAS COMUNICAÇÕES QUE EVOLUI SEM LIMITES



[Este artigo foi escrito em 29.12.2005 e revisto em 20.09.2009, agora com pequenas atualizações]


A eclosão da internet, o correio eletrônico, a impressionante precisão dos mapas do Google Maps, o GPS e até mesmo o “pen drive”. Até onde chegaremos com essa tecnologia tão refinada?

Escrevo como leigo tal qual daqueles de uma geração longínqua que se deparava, para tirar cópia de documentos, por exemplo, com uma máquina de fotocópia na acepção do termo. 

Devagar ela ia passando no rolo, meio no escuro e depois de alguns minutos lá estava a cópia fotostática de regra bem tirada em papel grosso. Depois, para tirar cópias para uso comum, tal qual o fax hoje, usava-se a “termofax” com suas folhas alaranjadas, opacas. (1).

Passei por tudo isso e, meu instrumento de trabalho, claro, era a máquina de escrever, mesmo sendo mau datilógrafo. Quantas vezes, um erro no meio de texto me obrigava a começar tudo de novo, inapelavelmente.

Com o computador, comecei a manipulá-lo para valer há cerca de duas décadas alcançada  em 2014. 
No começo da aprendizagem, marcava as teclas principais para não “deletar” inopinadamente, o texto em digitação.

Aí, um dia “caí do mundo” com o advento da internet. A minha perplexidade chegou ao auge por tudo o que ela desvendou e desvenda.

Voltei no tempo para entendê-la.

A origem da internet vem sempre ligada ao momento mais temível da guerra fria. Ela teria sido imaginada depois que a União Soviética colocou em órbita o primeiro satélite artificial, o Sputnik. Apressavam-se os Estados Unidos, então, em produzir altos estudos que objetivavam colocá-los na liderança tecnológica e científica do mundo.

Todos os estudos em torno da ideia de intercomunicação via computadores nos idos de 60, estiveram, pois, vinculados ao Departamento de Defesa americano.

Todavia, somente em 1969 um primeiro esboço da rede, se deu com a interligação de quatro universidades americanas possibilitando que professores e pesquisadores se comunicassem via computadores.

Mas, essas experiências eram incipientes se considerarmos a publicação “O Correio da Unesco” de 1983 (proclamado pela Assembleia das Nações Unidas como o “ano mundial das telecomunicações”) em nenhum momento menciona a palavra “internet” ou outro termo que qualificasse a intercomunicação via computadores.

Havia indícios de possível ampliação das comunicações: “Dentre as perspectivas abertas pela evolução técnica e pelo aumento do potencial da comunicação destacam-se suas possibilidades cada vez maiores como instrumento de educação e cultura.”

Revelava a UNESCO, porém, grande preocupação com a eventual dificuldade de acesso dos países do denominado “Terceiro Mundo” nos equipamentos modernos de comunicação, considerados elemento de sucesso “em sua luta contra a pobreza e o analfabetismo e para ampliar sua capacidade educativa”.

Possibilidades do Japão no século XXI, segundo a revista da Unesco, a partir de projetos pensados pela Nippon Telegraph and Telephone Corporation (NTT), numa mistura de telefone digital, fibras óticas, tecnologia do computador e das comunicações via satélite. A mulher consulta a lista de preço de uma loja e faz uma encomenda. O homem envia convites para um jantar usando o telecopiador. Um professor remete uma lista de perguntas aos alunos que estão em casa e recebe as respostas.

Com a internet essas tarefas, antes do advento do século XXI se tornaram corriqueiras com imensa abrangência de facilidades como se sabe.

Nos primeiros anos de 1990 já com a Internet mais avançada, mas meio hermética pelas dificuldades em acessá-la, foi introduzida a WWW – World Wide Web (Teia do Mundo Inteiro), simplesmente uma “teia mundial” (web = teia), uma ideia de um engenheiro britânico, Tim Berners-Lee, que veio facilitar a navegação na rede, resultando no fenômeno que é hoje.

Como sabido, tal a sua utilização universal, a internet, na verdade, malgrado os abusos que ela pode conter, popularizou a cultura mundial, a ponto de permitir que qualquer pessoa, grupo social ou país por mais pobre que seja, transmita suas ideias, cultura ou mesmo suas dificuldades sociais e políticas, disponibilizando pela rede, para o mundo todo, as informações. Ou receber informações.



Qualquer pesquisa, sobre qualquer assunto, hoje pode ser obtida ou completada na rede. E com ela o “inacreditável” correio eletrônico com ampla utilização. E a dizer que não muito tempo antes, o fax se constituíra numa verdadeira maravilha de transmissão instantânea de correspondências e documentos. Agora, constitui-se aparelho que vai se tornando obsoleto.

Essas afirmações são hoje até elementares. Nada há nada de novo nisso.

Mas, a rede ainda traz surpresas. E quantas ainda trará? Uma das mais intrigantes é o Google Earth. Quando se insere na tela o portal, o mundo é esmiuçado. Dependendo da localidade – e na maioria delas isso é possível – com a aproximação que o sistema possibilita, qualquer ponto do planeta pode ser identificado nos detalhes ruas e logradouros. Encontram-se, então, a casa, o armazém o quartel, qualquer endereço, em fração de segundos. Até mesmo as monstruosas queimadas e devastações na Amazônia.

Ficara há alguns anos meditando sobre as decorrências dessa “quebra de intimidade mundial” quando me deparei, então, com a afirmação de um general russo, Leonild Shazin, ligado aos serviços de segurança de seu país, sobre o Google Earth:

“Os terroristas não precisam mais fazer reconhecimento de alvos. Agora uma companhia americana trabalha para eles.”

Há, efetivamente, muito de verdade nisso, mais agora com a melhora da nitidez das imagens e dos locais.

Quero significar com esta análise que os meios de comunicação via internet parecem não ter limites. O que ainda veremos?


Em viagem há alguns anos aos Estados Unidos me deparei com a impressionante precisão do GPS. O equipamento quer dizer Global Positioning System (“Sistema de Posicionamento Global”) “que fornece a um aparelho receptor móvel a posição do mesmo, assim como a informação horária, sob todas as condições atmosféricas, a qualquer momento e em qualquer lugar na Terra desde que o receptor se encontre no campo de visão de quatro satélites GPS.” (2)

A tecnologia é recente: a primeira vez que o GPS foi usado efetivamente foi na Guerra do Golfo, em 90 e 91. Alguns anos depois, o sistema foi liberado para o uso de civis gratuitamente.



Pois bem, mesmo com o GPS de viva voz indicando as direções e as conversões, se houve erro no trajeto pré-estabelecido, o sistema trata de corrigir e define outras alternativas de caminho. Por fim, alcançado o objetivo, se em inglês, mas também em português ou outra língua, do modo mais revelador e simplório, a voz: “turn right and you reach your destination”. É demais.

E o “pen drive”, equipamento menor que um tabletinho de chocolate, do que um isqueirinho? Pois armazenou ele, todos os arquivos de meu computador doméstico e cerca de 15 anos de arquivos profissionais.

Entre outros sistemas gratuitos de comunicação como os blogs, sobressai-se nestes tempos de século XXI o facebook que, com efetividade, democratizou as comunicações entre as pessoas que podem inserir em suas páginas quaisquer tipos de mensagem praticamente sem qualquer controle.

Há estudos prevendo que o facebook se esvazie, por “fadiga”, lá pelos anos de 2017. Para mim, mesmo reconhecendo seus méritos, me parece que se trata de um modo de desviar os seus membros da leitura mais densa, uma desculpa para deixar livros de lado. Seria, então, o “fastreading”, com odor de “fastfood”, que sustenta mas não alimenta.

Paro por aqui. Outras tecnologias estão por aí, mas eu ainda não fui nelas “iniciado”. Que se renovam e se aperfeiçoam sem parar. Repito: é demais. Demais para mim, mas ou por necessidade ou por obrigação vou, devagar, assimilando já me inserindo no sistema de peticionamento eletrônico dos Tribunais. Uma vitória. Devagar e sempre. 

Epa, vou atender o Skype...desligo.


Referências:

(1) Minha crônica “O meu tempo do onça” de 27.03.2011. Nessa crônica inseri a foto de um aparelho de "termofax"

(2) Wikipédia

Imagens:

1. Representação da internet no mundo
2. Representação de satélite GPS da NASA (Wikipédia)