11/07/2015

MISCELLANEUS




Umberto Eco: “O Pêndulo de Foucault”

O romance o “O nome da Rosa” que virou filme de sucesso, com forte dose de suspense, não seria, segundo o seu consagrado autor, sua melhor obra, como afirmou em recente entrevista.



O seu melhor romance seria “O Pêndulo de Foucault”. O volume que está comigo conta com 675 páginas (Edições Best Bolso – 4ª edição).

Com entusiasmo comecei a leitura imaginando o que seria esse mistério do pêndulo. 

Encontrei desde logo dificuldades num texto rebuscado ao extremo, com menção de personagens verdadeiros, fora do conhecimento comum que acaba por tirar muito do que poderia ser de proveito do livro.

Há, também, textos pouco claros inseridos em algumas páginas, maçantes, que necessitam ser pensados sobre os motivos de lá estarem.

Cheguei não de hoje à conclusão que um livro não pode se situar no topo da pirâmide da compreensão, mas alguns blocos abaixo.

Mas, com muito boa vontade li as seiscentas e tantas páginas. No fundo, é uma obra que esmiúça as múltiplas correntes exo-esotéricas que se constituíram e tiveram influência no mundo de sua época, como os templários, os maçons, os rosacruzes... e inumeráveis outras.

Nessa linha do misticismo, chega a descrever o transe de personagem feminina que compareceu a um terreiro na Bahia e lá fora incorporada por espectro ou espírito (pomba-gira?), movimentando-se com gestos sensuais.

[Essa cena teve alguma utilidade para mim, porque confirmou experiência parecida que soube e que relatei no livro que escrevi, ainda sem definição de publicação – Joana D’Art]

Em resumo, não gostei dessa obra de Umberto Eco, porque não estou no topo da pirâmide da erudição.

O trabalho, a ação e a riqueza (e a preguiça)

Na minha crônica de 08.12.2014, “A riqueza e o trabalho” em “O Evangelho segundo o Espiritismo” (Allan Kardec) estaria mentindo se dissesse que o texto que ali explanei não se constituíra numa revelação importante para mim: o trabalho e a riqueza sem culpa, quando útil para o desenvolvimento humano e que o rico, para ir para o céu – ou instâncias mais elevadas da espiritualidade - não será tão difícil quanto um camelo passar pelo “fundo da agulha”.



No “Bhagavad Gîtâ – A mensagem do Mestre” (Bhagavad Gîtâ = A sublime canção), que ora releio, “este notável episódio – que provém da velha e misteriosa Índia – do Mahabhârata despertou o mais vivo interesse entre todos os estudiosos do Esoterismo, quando sua primeira tradução surgiu na Europa”, assim explana sobre o trabalho e a ação:

"Faze bem o que te compete fazer no mundo; cumpre bem as tuas tarefas; ocupa-te da obra que encontras, para fazê-la o melhor possível: assim será muito bom para ti. Atividade é melhor do que ociosidade. A atividade fortalece a mente e o corpo, e conduz a uma vida longa e normal; a ociosidade enfraquece tanto o corpo como a mente, e conduz a uma vida impotente e anormal, de duração incerta.”

E porque “é vergonhosa a vida do homem que, vivendo neste mundo de ação, tenta abster-se da ação (...) aquele que, aproveitando a volta da roda, em cada instante de sua vida, não quer por a mão à roda para ajudar a movê-la, é um parasita e um ladrão que toma, sem dar coisa alguma em troca”.

Há os parasitas, não há como esquecer, que se aproveitam da “ação” para roubar seus semelhantes e a sociedade. A índole da corrupção.

É por isso que, até para o rico, fora da caridade não há salvação.

Esse texto, acho, do Bhagavad Gîtâ tem tudo a ver com a preguiça, um dos sete pecados capitais. Já escrevi sobre todos eles. No que se refere à preguiça a introdução de que me vali:

“Para mim, a preguiça no dia-a-dia é um pecadilho.
Sei que tenho que fazer hoje, mas adio para quando der vontade ou quando não há mais jeito.
Os dicionários a conceituam como aversão ao trabalho, ócio, lentidão.
Esses sábados à tarde em que a modorra bate forte:
- É preciso cortar a grama!
Penso:
- Ah, não. Vai chover quem sabe amanhã.
No domingo a preguiça bate mais forte, naquelas tardes intermináveis, véspera de segunda-feira implacável.
- Na semana que vem. Preciso arrumar os fios...Agora vou tirar uma soneca e viajar por mundos insondáveis
...” 
(Neste “Temas”, crônica de 16.01.2011)

Plantas ornamentais venenosas

São muitas as espécies. A maioria desconheço. Mal conhecia a palavras que define os seus estudiosos “etnobotânico”. Mas, duas são de minhas relações comuns e florescem à minha volta:

Lantana

Que floresceu abundantemente numa antiga fonte. Há indicações de que ela é venenosa e já matou animais que a consumiram. Mas, para chegar a esse extremo o consumo deve ser em quantidade. Suas flores variam bastante, como pode se ver na foto. 

Atraem borboletinhas em quantidade que nelas assentam.

O sumo de suas folhas, acho, tem cheiro assemelhado ao tomateiro.

Mas, nada de fazer chá!



Chapéu de napoleão

Essa, dizem, é venenosa poderosa exigindo cuidados. É leitosa. As flores são de amarelo forte.



Já se disse que suas “sementes imitem vibração que podem ser captadas por processos radiestésicos”.

Suas sementes, por causa dessa propriedade radiestésica, seria um bálsamo para dores lombares e de coluna.

Eu, que desde há muito, tenho uma dorzinha molestando essa região, embalei algumas e as tenho mantido na dobra da poltrona.

Sugestionado ou não, o caso é que, vez por outra, tenha a sensação de melhora.


  

Um comentário:

Jorge Sader Filho disse...

Também sou avesso a livros 'intelectualizados'. Umberto Eco tem abusado da destacada posição que ocupa na literatura mundial. Considero-me insuspeito, já li "O nome da Rosa" quatro vezes...
Abraço.