Temas:
1. A tragédia da mortandade de peixes no Rio Piracicaba
2. "Negrinho" e "negrinha" carinhoso e o racismo
3. Quando as rosas falam
1. A TRAGÉDIA DA MORTANDADE NO RIO PIRACICABA
Em Piracicaba, o rio é sempre preocupação, quando está muito cheio invadindo ruas e a turística rua do Porto e vazio a ponto até de exalar um cheiro desagradável em pontos de suas margens.
Desta vez não foi isso, o clima não teve nada a ver: foram as mortes de toneladas de peixes que a poluição do dia a dia os torna valorosos sobreviventes.
Uma das manchetes do jornal local noticiou que quase três toneladas de peixes foram mortos por despejo de veneno que teria sido da irresponsabilidade de uma usina de açúcar e álcool da vizinha cidade de Rio das Pedras (Usina São José).
A edição de hoje do jornal noticia mortandade de mais toneladas de peixes numa ponto do rio qualificado como "mini pantanal paulista" (Tanquã).
O quadro é doloroso.
No domingo último caminhando pelas margens do rio, sentia-se em alguns pontos o odor forte de peixes putrefatos nessa tragédia que a irresponsabilidade de muitos, provocam. São os acéfalos, os estúpidos, aqueles que somam o dinheiro mas que não cogitam do ato previsível e catastrófico que causam, contando com a impunidade tal a burocracia na qual a punição legal trafega.
Assim, a devastação da Amazônia, as queimadas no Pantanal...
A usina diz que não foi provado o despejo de produtos de suas operações no rio, ou seja, desdenha da tragédia.
Mas, a tragédia teve repercussão nacional.
O que espero é que esse crime não seja esquecido e que os responsáveis sejam identificados e punidos. Algum dia...
Fotos: são do Jornal de Piracicaba
ATUALIZAÇÃO
O desastre ambiental resultou só no vilarejo de pescadores, o Tanquã, em Piracicaba, na remoção aproximadamente cem toneladas de peixes mortos, lixo e plantas aquáticas. Essa localidade — a cerca de 50 quilômetros do centro de Piracicaba — é conhecida como o mini pantanal paulista e foi duramente afetada com poluentes que provocaram a mortandade dos peixes. No Rio Piracicaba, se notava, ainda, peixes agonizantes em suas margens.
2. "NEGRINHO" E "NEGRINHA" CARINHOSO MAS O RACISMO!..
Negrinho e negrinha são substantivos mas eu até como "vício" de décadas uso como adjetivo.
Assim, o gambazinho que janta aqui no quintal, o cachorro amigo, um passarinho que se aproxima, uma criança simpática que se sorri — uma criancinha loirinha das vizinhanças faz acenos e eu:
— E aí negrinho, que sorridente!
Vez por outra, para uma criança mulata ou negra eu também uso o negrinho/a e tardiamente me dou conta de que os pais possam entender esse tratamento como racista.
Eu já me constrangi com isso.
Uma menininha mulata muito bonitinha, dentro de uma loja e eu:
— E aí negrinha, contente com a boneca?
Ela sorriu, mas a mãe por perto fechou a cara.
Se fosse uma menininha loirinha, o tratamento seria o mesmo!
Esse questão do racismo afeta até o tratamento carinhoso. Está difícil.
3. QUANDO AS ROSAS FALAM
Vou homenagear essas rosas que eclodem brancas e quando começam a despetalar ficam levemente amarelas e... rosas.
Não me contenho e as acaricio.
Não vou confessar que falo com elas, revelando a minha alegria pela sua beleza tão efêmera mas que se renova a cada dia.
E os galhos que as sustentam não têm espinhos.
São da paz e totalmente indefesas.