No meu livro Joana
d’Art como já disse há episódios de ficção e de memória ou inspirados nela.
Há um momento em que descrevo, inspirado em fatos, que a
personagem Joana é convidada por uma colega a se aproximar de um “trabalho
espiritual” conduzido por um guia.
E ela vai, uma tentativa de melhorar sua baixa estima,
segundo as razões e experiências que relato no livro pelas quais ele passava.
Foi nessa sessão dita “espiritual” que sentiu o terror e a
experiência das sombras se apossando de sua interioridade, forças funestas que
passaram a dominar sua vontade e somente vencidas pelo modo como explano no
livro.
Há uns 20 anos estava esquecido na minha estante um livro
capa dura, muito bem impresso e apresentado, da Editora Abril, “Seitas
Secretas”.
Esse livro foi uma descoberta. Muito bem escrito e
traduzido, o texto vai a detalhes das várias correntes esotéricas e ocultistas
(as seitas secretas) sem esquecer
antigos movimentos e grupos como os templários, a origem hermética dos
rosa-cruzes - os “invisíveis”, a maçonaria e as ordens secretas do final do
século 19, especialmente o surgimento da Sociedade Teosófica que permanece até
hoje ativa.
Havia outras correntes místicas na Europa e Estados Unidos
naqueles idos, seguidas por grupos de pessoas instruídas e perplexas com,
digamos, as forças espirituais que se bem meditadas fazem parte de muitos
momentos da vida de todos aqueles que detém um nível de compreensão e refletem
de modo filosófico, o sentido da vida e de tudo que nos rodeia.
Mas, nessa quadra do século 19, creio que com poucas atividades
sociais pela precariedade das comunicações e da locomoção essas práticas até
surpreendem.
E, na verdade, nem tudo eram revelações interiores
positivas, de elevação, de tentar compreender os mistérios da espiritualidade com
a serenidade que esses valores elevados exigiriam.
Pois bem, o escritor irlandês William Butler Yeats, Nobel de
Literatura em 1923, místico, filiado à ordem Aurora Dourada e depois à
Sociedade Teosófica diria que “a vida mística é o centro de tudo que faço, tudo
que penso e tudo o que escrevo” e que “não poderia ter escrito uma única
palavra [de algumas de suas obras] “se não houvesse feito da magia meu estado
constante”.
Relato de sua experiência que se viu sob o domínio das
sombras, de forças que emanam de um mundo paralelo, tenebroso:
“Quando rapaz participou de uma reunião em que um feiticeiro
encapuzado – que trabalhava com um turíbulo [incensário], adagas, um crânio humano e outros implementos
apropriados – cortou a garganta de um galo novo e derramou seu sangue em uma
cuia enquanto recitava encantamentos. Yeats não viu serpentes aparecerem, como
outros presentes na sala disseram ter visto, mas sentiu-se rodeado por nuvens
negras más, tão ameaçadoras que julgou ser necessário lutar para não ser dominado.”
Essa experiência do escritor irlandês – que não me inspirou no
relato que fiz, porque vim a conhecer posteriormente - é bem parecida com a
experiência de Joana descrita no meu Joana
d’Art.
Contato com o Autor sobre o livro Joana d’Art: miltonmartins44@outlook.com
O livro Joana d’Art é encontrado em Piracicaba, nas
Livrarias Nobel (centro e shopping)
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