Desta feita, nesta crônica, reúno
um grande Autor de ficção e historiador do século XIX/XX (1866-1946), como foi
H. G. Wells e o grande cientista Stephen Hawking (físico e cosmólogo
britânico).
“Guerra dos mundos” de H. G. Wells
Para conhecer a resenha e comentários do livro de Wells, acessar:
TEXTO AMPLIADO
Para conhecer a resenha e comentários do livro de Wells, acessar:
TEXTO AMPLIADO
De Wells a Orson Welles
O livro de Wells descreve cenas de
terror no modo como os marcianos agiam.
Na noite de 30 de outubro de 1938 –
véspera do dia das bruxas -, nos
tempos do domínio do rádio, o jovem Orson Welles adaptou a “guerra dos mundos”
numa transmissão com todos os timbres de realismo, detalhando a invasão marciana na cidade de Grover's Mill, no estado de Nova Jersey (EUA).
[Uma referência que a própria cidade ostenta por ter sido em seu
território a “invasão marciana” de
Welles].
A transmissão interrompeu a
programação normal da emissora, instalando-se o terror e pânico desmedido entre
milhares de ouvintes tal qual se dera no livro, que fugiam para algum lugar se
afastando do perigo iminente de destruição marciana e sobreviver.
[Mais informações sobre a
transmissão de Welles: http://www.dw.com/pt-br/1938-p%C3%A2nico-ap%C3%B3s-transmiss%C3%A3o-de-guerra-dos-mundos/a-956037].
Revelada logo depois que a
transmissão de Orson Welles fora convincente interpretação baseada no livro do
H. G. Wells, suplantada a perplexidade geral propiciou a ele, Welles, abertura
das portas de Hollywood onde dirigiu, com roteiro de sua autoria e
intepretação, o filme “Cidadão Kane” apontado sempre como uma obra prima dele e
do cinema americano.
Tragédias
que marcam
A destruição praticada pelos marcianos relatada em “A Guerra
dos mundos”, com todos os detalhes naquele clima de terror nem de longe se aproxima
do que se passou nas duas Grandes Guerras, especialmente na segunda na qual
houve a devastação de Londres pelo nazismo, tanto quanto descrevera o livro
pela invasão extraterrestre.
Não há como esquecer, por outra, a tragédia das bombas
atômicas no Japão.
As guerras localizadas mantidas por razões até fúteis, por um
pedaço de território, por um poder decorrendo o massacre impiedoso de vidas
inocentes, estranhas a elas mas que ficam a mercê da monstruosidade dos
contendores.
Há, também, a batalha da fome eclodindo em muitos países.
Essa e a “guerra dos mundos” real.
Wells e o cinema americano
Muitos são os filmes americanos que
investem no tema de invasão alienígena com grandes destruições provocadas pelos
invasores malvados.
Dois, porém, são diretamente
inspirados na obra de Wells:
1953: “Guerra dos Mundos” dirigido
por Byron Haskin, muito bem dirigido mas que omitiu alguns episódios do livro
de Wells, como por exemplo, o de serem os marcianos carniceiros. E também as
armas letais que faziam parte daquelas trípodes de 30 metros de altura cujos
raios direcionados eram letais.
Nesse filme os ataques se davam
pelos próprios discos voadores emitindo aqueles raios desintegradores com um
som característico muito apropriado para a gravidade dos seus resultados. Por
esses recursos foi premiado com o “Oscar” de efeitos especiais.
Tanto como no livro, as armas de
defesa do exército eram inofensivas para conter o furor assassino dos
invasores.
O filme também causou sustos
naqueles tempos em que o cinema fora uma opção primeira de entretenimento, pelo
que causava emoções e impactos genuínos.
(As duas fotos ilustram bem cenas do filme de 1953, inclusive o “olho móvel” ameaçador,
imaginado pelo seu diretor, que se estendia a partir dos discos e que explorava
ambientes semidestruídos em busca de vítimas escondidas).
2005: “Guerra dos Mundos” dirigido
por Steven Spielberg destacou no seu filme o lado carniceiro dos invasores, com
dramatizações que não constaram do livro de Wells. Foi sucesso de bilheteria.
Klaatu e Gort
Se bem me lembro, um filme
americano no qual o extraterrestre viera em missão de paz – mas nem por isso
sem levar um tiro precipitado de um militar ao sair da nave -, fora “O dia em
que a terra parou” de 1951 do diretor Robert Wise, tendo como personagens o
agente pacifista Klaatu e o robô Gort, este um defensor que emite raios mortais
pulverizando armas e inimigos.
A mensagem pacifista do
extraterrestre tinha a ver com a eclosão da guerra fria e o que de trágico
poderia advir dela.
Todos os demais filmes são catastróficos
nos quais os extraterrestres invasores vão destruindo a Terra, principalmente a
sempre “culpada” Nova York.
STEPHEN HAWKING
Mas, e
Stephen Hawking? (2)
O livro de H. G. Wells se refere aos
marcianos que sentiam seu planeta num processo de exaustão e com aparelhos
sofisticados que “escapavam à nossa compreensão”, olhavam para a Terra, invejosos.
Por essas condições favoráveis, resolveram
atacar a Terra e liquidar toda sua estrutura, além de serem carniceiros.
Há um documentário que apresenta
breve entrevista com Stephen Hawking no qual se revela favorável às viagens
espaciais e admite a conquista de bases espaciais a nossa volta, porque os
recursos naturais neste pequeno planeta se exaurem além de nossa capacidade técnica
de reconstrução.
Acentua que foram grandes os
progressos nos últimos cem anos, “mas”, diz ele, “se quisermos continuar além
nos próximos 100 anos, o nosso futuro está no espaço”.
[Pontos que se tocam entre a ficção de Welles sobre Marte e as afirmações
do cientista Stephen Hawking sobre a Terra...
Essas bases
poderão ser inabitadas porque caso contrário há sempre a preocupação com a
violência que poderá ser adotada pelos nossos conquistadores nessas eventuais
conquistas eis que por aqui não faltam atos assustadores de crueldade].
Ele minimiza a presença de ETs
entre nós ou que até mesmo venham nos visitando, chegando a colocar em dúvida
as abduções que se dão, segundo ele, sempre com “gente esquisita”.
[Quanto a mim penso que alguma coisa além da esquisitice das vítimas
pode estar ocorrendo – nos relatos os abduzidos, de regra, são submetidos a
experiências físicas dolorosas].
Mas, em havendo contato com uma
civilização significativamente desenvolvida, “pode ser similar ao encontro de
Colombo com os índios. E os registros históricos atestam que esse encontro não
foi bom para os índios”.
E também:
“... em
vez de tentar achar vida no cosmos e se comunicar com esses seres
extraterrestres, seria melhor que os humanos fizessem tudo o que pudessem para
evitar esse contato”. (3)
Ou mais, os alienígenas estariam
mais para a destruição no filme “Independence day” e pouco com o ET bonzinho
que voava de bicicleta com as crianças, do filme de Spielberg.
Degradação
Não de hoje tenho preocupação com a
degradação ambiental que se avoluma, enquanto cresce a população mundial que,
por sua vez, necessita de mais espaço para sobreviver e, como decorrência o
aumento da poluição, o ataque às florestas e outras reservas naturais, mesmo de
água.
Os desertos crescem e não há
qualquer tecnologia para reaver essas imensas áreas estéreis. Ou que haja
interesse em desenvolver tal tecnologia.
Se tivermos que buscar bases no “universo
próximo” à Terra em dias não distantes como sugere Stephen Hawking as causas
começam com o descaso ambiental atual tão greve que para mim chegam à emoção.
Nossos netos sentirão esses efeitos
dramáticos... se nada for feito para reagir a esse estágio atual de devastação.
Legendas
(1) H. G. Wells não é apenas
escritor de ficção. Tenho comigo edição de 1939, em três volumes, da “História
Universal” de sua autoria.
(2) Stephen Hawking sofre de doença degenerativa se comunicando
por um computador acoplado à sua cadeira de rodas, no qual “um software permite
que ele escolha palavras de uma lista e as reproduza através de um sintetizador
de voz”.
(3) “O
Estado de São Paulo” de 10.05.2010, transcrevendo artigo de Alok Jha do “The
Guardian”. As afirmações de Stephen Hawking foram feitas em documentário para o
Discovery Channel. Hawking é doutor em Cosmologia, autor do livro “Uma breve
história do tempo”.
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