11/01/2017

DAS RESENHAS DOS LIVROS QUE CONSEGUI LER

Exercício mental:

Nestes tempos de comunicação eletrônica, assumo a minha perplexidade pelos recursos postos à disposição. Entre esses recursos, predomina o facebook, um misto de alienação e empolgação que abriu a possibilidade a todos de se comunicarem. Considero um meio democrático antes inimaginável.
Pois bem, eu mesmo não nego minha empolgação com o facebook que vem sendo considerado por muitos um veículo que afasta as mentes da leitura tradicional. A charge de John Holcrof abaixo dá esse sentido.



Por causa disso e para não me curvar de modo exacerbado aos recursos impressionantes do facebook e de outros recursos disponíveis é que faço breve resenha dos livros que li nos últimos meses, na verdade um verdadeiro exercício mental.



“Fahrenheit 451” de Ray Bradbury

Para a resenha completa deste livro, acessar:

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“Dez contos para canções de Chico Buarque”

Esse livro foi publicado pela Companhia das Letras e patrocinado pela Caixa Econômica Federal.
Edição esmerada que talvez explique o vínculo do compositor – cantor com o lulopetismo.

O livro inclui dez contos tendo como fonte de inspiração o mesmo número de canções de Chico Buarque

No geral o livro é ruim.

Sei que é fácil criticar obras alheias, mas há contos no livro que homenageiam a minha mediocridade.

Salvam-se os contos de Carolla  Saavedra (“Entrelaces”), Luiz Fernando Veríssimo (“Feijoada completa”) e Mia Couto (“Olhos nus: olhos). Talvez um ou dois mais.

Tem um conto denominado “A calça branca”, sobre namorados homens muito ruim. Nada contra o namoro homossexual, mas esse conto passou batido na análise da qualidade.

Mesmo com as ressalvas acima, o livro é descartável...












“O Aleph” de Jorge Luiz Borges



É o um livro de contos do consagrado autor argentino. No total são 17 contos.

O livro se caracteriza por um estilo de maior erudição o que pode exigir uma segunda leitura. Há um quê de místico nos contos especialmente no último, o Aleph que dá nome ao livro.

Esse conto tem uma característica: o narrador se relaciona, ainda que exista rancor contido entre ambos, o primo de sua musa, Beatriz.

Esse interlocutor passa a escrever um poema interminável, desprezado pelo narrador que era obrigado a ouvir aborrecido estrofes e estrofes.

Mas, onde entra o Aleph?

Naquele círculo de alucinações ou nem tanto, o poeta disse o ter descoberto no porão de sua casa, esclarecendo que um Aleph é “um dos pontos do espaço que contém todos os outros pontos”.

No porão, o próprio narrador acaba captando o Aleph sendo exposto a revelações universais e de si próprio: “...vi meu rosto e minhas vísceras, vi teu rosto, e senti vertigem e chorei, porque meus olhos tinham visto aquele objeto secreto e conjectural cujo nome os homens usurpam mas que nenhum homem contemplou: o inconcebível universo.”

Aí eclode aquele sentimento tremendo que afeta e fere todos os seres humanos, num dado momento da vida:  a inveja. O poeta que apenas suportava foi premiado pelo longo poema e o narrador, pela sua obra, não recebeu nenhuma referência.

[De acordo com os estudiosos da linguística, o aleph do idioma fenício teria dado origem ao alpha grego que, posteriormente, originou a letra “a” no alfabeto latino.
Para os adeptos das doutrinas cabalísticas, o aleph é interpretado como um símbolo místico e espiritual, responsável por representar Deus como “o começo de tudo”. De: www.significados.com.br] 


“Transplante de menina” de Tatiana Belinky


Tatiana Belinky, juntamente com seu marido Júlio Gouveia fez parte da pré-história da televisão, nos primórdios da Tupi na qual adaptaram entre outras, as obras de Monteiro Lobato, “O sítio do pica-pau amarelo”. Fora escritora, autora de inúmeras obras de literatura infantil.

Neste, a do ”Transplante de menina”, autobiográfico, pode ser considerado “juvenil”.

Russa, nascida em São Petersburgo, com 10 anos de idade, no final da década de 20, quando o país vivia as contradições de conflitos internos graves, viajou com seus pais para o Brasil.

É a partir daí que relata as todas as suas experiências, as dificuldades de adaptação, da língua, de moradia até que residiram em São Paulo, na rua Jaguaribe, no bairro Santa Cecília.

Dai a convivência com outras crianças brasileiras, o bullying que não era assim conhecido, sua coragem e aventuras.

Nas primeiras páginas, ela escreveu isto:

“Hoje – e já há muito tempo – eu não trocaria o Brasil por nenhuma espécie de “paraíso terrestre” em qualquer outra parte do mundo (...). E no Brasil, não gostaria de  viver em qualquer outro lugar a não ser em São Paulo, essa “Pauliceia Desvairada”, essa megalópole caótica, fervilhante, dinâmica – e, sim, muito linda, onde cresci, estudei e lancei minhas raízes. E onde espero descansar quando chegar o meu dia”.

O relato se encerra em 1932, fazendo a Autora referência à revolução constitucionalista de que eclodira naquele ano, com a derrota dos paulistas.

Tatiana Belinky faleceu em 2013.












“O velho e o mar” de Ernest Hemingway



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O homem que calculava” de Malba Tahan (Julio Cesar de Mello e Souza)


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