Umberto Eco: “O Pêndulo de Foucault”
O romance o “O
nome da Rosa” que virou filme de sucesso, com forte dose de suspense, não
seria, segundo o seu consagrado autor, sua melhor obra, como afirmou em recente
entrevista.
O seu melhor
romance seria “O Pêndulo de Foucault”. O volume que está comigo conta com 675
páginas (Edições Best Bolso – 4ª edição).
Com
entusiasmo comecei a leitura imaginando o que seria esse mistério do pêndulo.
Encontrei
desde logo dificuldades num texto rebuscado ao extremo, com menção de
personagens verdadeiros, fora do conhecimento comum que acaba por tirar muito
do que poderia ser de proveito do livro.
Há, também, textos pouco claros inseridos em algumas páginas, maçantes, que necessitam ser pensados sobre os motivos de lá estarem.
Cheguei não
de hoje à conclusão que um livro não pode se situar no topo da pirâmide da
compreensão, mas alguns blocos abaixo.
Mas, com
muito boa vontade li as seiscentas e tantas páginas. No fundo, é uma obra que esmiúça
as múltiplas correntes exo-esotéricas que se constituíram e tiveram influência
no mundo de sua época, como os templários, os maçons, os rosacruzes... e
inumeráveis outras.
Nessa linha
do misticismo, chega a descrever o transe de personagem feminina que compareceu
a um terreiro na Bahia e lá fora incorporada por espectro ou espírito (pomba-gira?), movimentando-se
com gestos sensuais.
[Essa cena teve alguma utilidade para mim,
porque confirmou experiência parecida que soube e que relatei no livro que
escrevi, ainda sem definição de publicação – Joana D’Art]
Em resumo,
não gostei dessa obra de Umberto Eco, porque não estou no topo da pirâmide da
erudição.
O trabalho, a ação e a riqueza (e
a preguiça)
Na minha
crônica de 08.12.2014, “A riqueza e o trabalho” em “O Evangelho segundo o
Espiritismo” (Allan Kardec) estaria mentindo se dissesse que o texto que ali
explanei não se constituíra numa revelação importante para mim: o trabalho e a
riqueza sem culpa, quando útil para o desenvolvimento humano e que o rico, para
ir para o céu – ou instâncias mais elevadas da espiritualidade - não será tão
difícil quanto um camelo passar pelo “fundo da agulha”.
No “Bhagavad
Gîtâ – A mensagem do Mestre” (Bhagavad
Gîtâ = A sublime canção), que ora releio, “este notável episódio – que provém da velha e misteriosa Índia –
do Mahabhârata despertou o mais vivo interesse entre todos os estudiosos do
Esoterismo, quando sua primeira tradução surgiu na Europa”, assim explana sobre
o trabalho e a ação:
"Faze bem o que te compete fazer no
mundo; cumpre bem as tuas tarefas; ocupa-te da obra que encontras, para fazê-la
o melhor possível: assim será muito bom para ti. Atividade é melhor do que
ociosidade. A atividade fortalece a mente e o corpo, e conduz a uma vida longa
e normal; a ociosidade enfraquece tanto o corpo como a mente, e conduz a uma
vida impotente e anormal, de duração incerta.”
E porque “é vergonhosa a vida do homem que, vivendo
neste mundo de ação, tenta abster-se da ação (...) aquele que, aproveitando a
volta da roda, em cada instante de sua vida, não quer por a mão à roda para
ajudar a movê-la, é um parasita e um ladrão que toma, sem dar coisa alguma em
troca”.
Há os parasitas,
não há como esquecer, que se aproveitam da “ação” para roubar seus semelhantes
e a sociedade. A índole da corrupção.
É por isso
que, até para o rico, fora da caridade não há salvação.
Esse texto, acho, do Bhagavad Gîtâ tem tudo a ver com a preguiça,
um dos sete pecados capitais. Já escrevi sobre todos eles. No que se refere à
preguiça a introdução de que me vali:
“Para mim, a preguiça no dia-a-dia é um pecadilho.
Sei que tenho que fazer hoje, mas adio para quando der vontade ou quando não há mais jeito.
Os dicionários a conceituam como aversão ao trabalho, ócio, lentidão.
Esses sábados à tarde em que a modorra bate forte:
- É preciso cortar a grama!
Penso:
- Ah, não. Vai chover quem sabe amanhã.
No domingo a preguiça bate mais forte, naquelas tardes intermináveis, véspera de segunda-feira implacável.
- Na semana que vem. Preciso arrumar os fios...Agora vou tirar uma soneca e viajar por mundos insondáveis...”
Sei que tenho que fazer hoje, mas adio para quando der vontade ou quando não há mais jeito.
Os dicionários a conceituam como aversão ao trabalho, ócio, lentidão.
Esses sábados à tarde em que a modorra bate forte:
- É preciso cortar a grama!
Penso:
- Ah, não. Vai chover quem sabe amanhã.
No domingo a preguiça bate mais forte, naquelas tardes intermináveis, véspera de segunda-feira implacável.
- Na semana que vem. Preciso arrumar os fios...Agora vou tirar uma soneca e viajar por mundos insondáveis...”
(Neste “Temas”, crônica de 16.01.2011)
Plantas ornamentais venenosas
São muitas
as espécies. A maioria desconheço. Mal conhecia a palavras que define os seus
estudiosos “etnobotânico”. Mas, duas são de minhas relações comuns e florescem
à minha volta:
Lantana
Que
floresceu abundantemente numa antiga fonte. Há indicações de que ela é venenosa
e já matou animais que a consumiram. Mas, para chegar a esse extremo o consumo
deve ser em quantidade. Suas flores variam bastante, como pode se ver na foto.
Atraem
borboletinhas em quantidade que nelas assentam.
O sumo de
suas folhas, acho, tem cheiro assemelhado ao tomateiro.
Mas, nada de
fazer chá!
Chapéu de napoleão
Essa, dizem,
é venenosa poderosa exigindo cuidados. É leitosa. As flores são de amarelo forte.
Já se disse
que suas “sementes imitem vibração que podem ser captadas por processos
radiestésicos”.
Suas
sementes, por causa dessa propriedade radiestésica, seria um bálsamo para dores
lombares e de coluna.
Eu, que
desde há muito, tenho uma dorzinha molestando essa região, embalei algumas e as
tenho mantido na dobra da poltrona.
Sugestionado
ou não, o caso é que, vez por outra, tenha a sensação de melhora.