02/11/2015

FEROCIDADE HUMANA CONTRA OS ANIMAIS: OS ELEFANTES ENVENENADOS



Já não de hoje manifesto em crônicas outras minha perplexidade e desgosto profundo com a ação humana contra a natureza e contra os animais de um modo geral.

A insanidade do “homo sapiens” é tormentosa quando se fala da devastação das florestas, inclusive da Amazônia – semiabandonada - que, na contrapartida desse atos insensatos, há o aceno da mudança dramática do clima, o aumento da temperatura ambiente.

Todos sabemos o que ocorre além da devastação ambiental: níveis imensos de poluição expandida pela atmosfera não só pelos milhões de veículos em movimento como pela produção industrial poluente que se preocupa com os lucros imediatos e ignora as advertências severas que resultam dessas suas atividades sem que invistam em soluções permanentes.

Pouco adianta esses altos dirigentes simbolicamente e sem qualquer resultado prático, até demagogicamente, vez por outra aparecerem plantando umas árvores ou coisas do gênero. Sabem que o que se passa é de extrema gravidade mas dão de ombros imaginando que as futuras gerações, se sobreviverem, resolverão o desafio.

Por trás disso há pendente, clamando, a escassez da água que tende a se agrava pela elevação da temperatura ambiente, pelo desperdício e, claro, pelo aumento da população no mundo.

A tragédia humana não para por aí.

Na busca do dinheiro - que será sórdido, estúpido se considerado o modo como obtido – os animais também não escapam dessa sanha cruel pelo lucro. Instala-se a barbárie que os olhos se fecham, viram-se os rostos porque ali, na brasa, os churrascos vão sendo preparados para a delícia, muitas vezes, para alimentar grandes comunidades.

Não pensem, então, nos matadouros, um espetáculo de terror, de angústia profunda nos momentos antes do abate dos animais em vias de se tornarem peças de açougues.

Sim, tenho alguma dúvida sobre a proliferação do gado bovino, mesmo que tal se dê pela queima das florestas para ampliar os pastos e, dai, a poluição acrescentada pelo gás metano que também se expande pela atmosfera.

Há um documentário de natureza espírita que afirma terem os animais alma primitiva, reencarnam e, portanto, merecem a oportunidade do amor e do carinho dos seres humanos. E esperam por isso ao nos olhar como “deuses”.

Mas, o que poderia parecer – ou talvez até seja – uma contradição, o espírita reconhecido Divaldo Pereira Franco disse num vídeo que não renuncia à carne pelo seu teor proteico e porque Alan Kardec não era vegetariano. Chico Xavier também se referiu ao teor proteico da carne mas ressalva que o abandono desse “alimento” pode ser gradativo.

Sabe-se de sobejo que o vegetarianismo salvo nos excessos da dieta, não compromete a saúde de seus adeptos em nada.

 

A tragédia humana, porém, não para na discussão do teor de proteína da carne no trato brutal contra os animais e sua extrema crueldade.

Porque os caçadores sórdidos que matam por esporte, os que maltratam os animais estão a solta por aí impunes quando não ostentando seus “troféus”.

Eis que na reserva do Parque Nacional de Hwange, Zimbábue, desde setembro passado, 60 elefantes foram envenenados e mortos com a introdução de cianeto no reservatório de água no qual saciam a sede.


Diz a notícia que o “cianeto é amplamente utilizado na indústria de mineração do Zimbábue e é relativamente fácil de obter”.

[O cianeto, explicam os cientistas, é um veneno de ação rápida e fatal, podendo levar à morte em poucos minutos em decorrência de bloqueios respiratórios].

Os motivos?

Esses bandidos inomináveis, estúpidos, buscavam as presas dos animais para ganharem uns trocados. Esse marfim serve para colares e bugigangas e já usado, mas não mais (?) para confecção de teclas de piano.

Desses 60 animais mortos, o “consolo” é que a maioria das presas extirpadas foram recuperadas. E os elefantes? Ora, estão mortos do modo mais cruel e, de regra, esses criminosos nada sofrerão. Ora, eram elefantes e as presas foram recuperadas. Ora...

Fico eu imaginando, na integração irreversível do homem com a natureza, quais as consequências (trágicas) visíveis e invisíveis à vida humana com todos esses abusos e tragédias conscientemente provocadas tantas vezes irresponsavelmente a mais não poder.

Penso no aumento da agressividade, da intolerância, das carências, das guerras fúteis como resultados invisíveis...

Neste meu canto de angústia e de desgostos a ponto da emoção, não posso deixar de imaginar um futuro doloroso para os meus descendentes.