Já
não de hoje manifesto em crônicas outras minha perplexidade e
desgosto profundo com a ação humana contra a natureza e contra os
animais de um modo geral.
A
insanidade do “homo sapiens” é tormentosa quando se fala
da devastação das florestas, inclusive da Amazônia –
semiabandonada - que, na contrapartida desse atos insensatos, há o
aceno da mudança dramática do clima, o aumento da temperatura
ambiente.
Todos
sabemos o que ocorre além da devastação ambiental: níveis imensos
de poluição expandida pela atmosfera não só pelos milhões de
veículos em movimento como pela produção industrial poluente que
se preocupa com os lucros imediatos e ignora as advertências severas
que resultam dessas suas atividades sem que invistam em soluções
permanentes.
Pouco
adianta esses altos dirigentes simbolicamente e sem qualquer
resultado prático, até demagogicamente, vez por outra aparecerem
plantando umas árvores ou coisas do gênero. Sabem que o que se
passa é de extrema gravidade mas dão de ombros imaginando que as
futuras gerações, se sobreviverem, resolverão o desafio.
Por
trás disso há pendente, clamando, a escassez da água que tende a
se agrava pela elevação da temperatura ambiente, pelo desperdício
e, claro, pelo aumento da população no mundo.
A
tragédia humana não para por aí.
Na
busca do dinheiro - que será sórdido, estúpido se considerado o
modo como obtido – os animais também não escapam dessa sanha
cruel pelo lucro. Instala-se a barbárie que os olhos se fecham,
viram-se os rostos porque ali, na brasa, os churrascos vão sendo
preparados para a delícia, muitas vezes, para alimentar grandes
comunidades.
Não
pensem, então, nos matadouros, um espetáculo de terror, de angústia
profunda nos momentos antes do abate dos animais em vias de se
tornarem peças de açougues.
Sim,
tenho alguma dúvida sobre a proliferação do gado bovino, mesmo que
tal se dê pela queima das florestas para ampliar os pastos e, dai, a
poluição acrescentada pelo gás metano que também se expande pela
atmosfera.
Há
um documentário de natureza espírita que afirma terem os animais
alma primitiva, reencarnam e, portanto, merecem a oportunidade do
amor e do carinho dos seres humanos. E esperam por isso ao nos olhar
como “deuses”.
Mas,
o que poderia parecer – ou talvez até seja – uma contradição,
o espírita reconhecido Divaldo Pereira Franco disse num vídeo que
não renuncia à carne pelo seu teor proteico e porque Alan Kardec
não era vegetariano. Chico Xavier também se referiu ao teor proteico
da carne mas ressalva que o abandono desse “alimento” pode ser
gradativo.
Sabe-se
de sobejo que o vegetarianismo salvo nos excessos da dieta, não
compromete a saúde de seus adeptos em nada.
A
tragédia humana, porém, não para na discussão do teor de proteína
da carne no trato brutal contra os animais e sua extrema crueldade.
Porque
os caçadores sórdidos que matam por esporte, os que maltratam os
animais estão a solta por aí impunes quando não ostentando seus
“troféus”.
Eis
que na reserva do Parque Nacional de Hwange, Zimbábue, desde
setembro passado, 60 elefantes foram envenenados e mortos com a
introdução de cianeto no reservatório de água no qual saciam a
sede.
Diz
a notícia que o “cianeto é amplamente utilizado na indústria
de mineração do Zimbábue e é relativamente fácil de obter”.
[O
cianeto, explicam os cientistas, é um veneno de ação rápida e
fatal, podendo levar à morte em poucos minutos em decorrência de
bloqueios respiratórios].
Os
motivos?
Esses
bandidos inomináveis, estúpidos, buscavam as presas dos animais
para ganharem uns trocados. Esse marfim serve para colares e
bugigangas e já usado, mas não mais (?) para confecção de teclas
de piano.
Desses
60 animais mortos, o “consolo” é que a maioria das presas
extirpadas foram recuperadas. E os elefantes? Ora, estão mortos do
modo mais cruel e, de regra, esses criminosos nada sofrerão. Ora,
eram elefantes e as presas foram recuperadas. Ora...
Fico
eu imaginando, na integração irreversível do homem com a natureza,
quais as consequências (trágicas) visíveis e invisíveis à vida
humana com todos esses abusos e tragédias conscientemente provocadas
tantas vezes irresponsavelmente a mais não poder.
Penso
no aumento da agressividade, da intolerância, das carências, das
guerras fúteis como resultados invisíveis...
Neste
meu canto de angústia e de desgostos a ponto da emoção, não posso
deixar de imaginar um futuro doloroso para os meus descendentes.
5 comentários:
O ser humano perdeu a noção do que seja ética ou compaixão. No rol das ambições, só contam fama, fortuna e poder, sem importarem-se com os outros seres que compartilham o planeta com ele. Não vejo bons augúrios para o futuro da humanidade...
Milton, há décadas tenho por certo de que surgimos no planetinha desvairado para exterminá-lo. Somos os únicos que liquida com todas as espécies, incluindo a própria... Forte abraço!
O homem, Milton, atingiu o terceiro milênio, mas, não sabe que se encontra à beira de implacável destruição provocada pelos excessos de ambição, ateísmo, orgulho e imoralidade. Ainda é um fantoche preso aos cordéis do instinto.
É indizível o quanto eu sofro pelos animais...
Amigo, grande abraço!!!
Tem gente que pensa. E esta gente, Milton, é como você. Conhece os valores do que existe de bom na Terra, querem conservá-los e garantir a sua permanência.
Grande abraço.
Passei por aqui, Milton,
revi esse terrível episódio. Novamente, minha alma
encolheu-se de dor.
Bom final de domingo!
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