Agora nem tanto, mas quando ia a São Paulo em andanças por pontos diferentes da grande cidade, me deparava com barracos sustentados ao lado de córregos imundos. Às chuvas mais fortes, famílias inteiras eram ou são desalojadas e, na baixa das águas, voltam e reconstroem aqueles seus "lares" tão precários.
Quem são os moradores?
Pessoas extremamente humildes e necessitadas, crianças abandonadas ou que no seio familiar, olham para seus pais sem compreender as carências que desde tenra idade sofrem, quantas vezes com comida escassa?
Muitas dessas crianças, quando crescem, compreendem a pobreza dos país, o esforço despendido para a sua sobrevivência e se tornam agradecidas, muitas à emoção.
Mas, há uma situação diferente, aquela que se dá em Gaza, aquele braço de 365 km2, banhado pelo Mar Mediterrâneo, nas vizinhanças de Israel, dominado pelo Hamas, até o ataque terrorista que praticou contra cidadãos israelenses no dia 7 de outubro de 2023.
A partir dessa agressão homicida e covarde, Israel destrói Gaza a espera de que o Hamas liberte os reféns ainda em seu poder.
Qual o nível de insanidade perdura, para que tal não ocorra? Existem reféns a libertar?
Não se usa a palavra genocídio para explicar essas mortes em massa em Gaza, pelos significados que ela pode suscitar.
Mas, a palavra morticínio, aplicável, se refere a mortes e crueldades. E nas ações de ataques desproporcionais com armas pesadas não há separação de vítimas. São inocentes, a maioria, as crianças, as mulheres mães que protegem seus filhos. Toda essa gente está sujeita aos efeitos das bombas que não param. E as mortes se multiplicam pelo poder destrutivo que contém essas armas.
E a par dessa crueldade, há pouco Israel privou por semana os sobreviventes de Gaza de receberem rações mínimas de alimento e água de modo a que, além das bombas, a fome cruel faça parte da "vida" dessa gente abandonada, a mercê de um exército poderoso, reforçado por países ocidentais.
A minha emoção ao me colocar no lugar desses pais e mães de família que perdem a voz, não têm uma palavra de orientação aos filhos, não têm o que dizer a eles, explicar as razões de não terem o que comer, das bombas que destroem seus lares desmoralizando-se perante suas crianças. Não conseguem esconder toda a sua fragilidade e suas angústias.
A absoluta insegurança predomina a espera de novos ataques mortais que podem ocorrer daqui a pouco.
NOTA DE DIVULGAÇÃO
Sem ideologias ou o que seja, minhas impressões dolorosas sobre o morticínio em Gaza, pais e mães a espera de uma bomba daqui a pouco, que pode matar toda a família, como já ocorre, sem ter, na sua fragilidade, como explicar aos filhos a destruição de seus lares e a imposição da fome. As angústias duma tragédia.
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