E quantas vezes achar que preciso...
I
Falta de compaixão
Há
uma divisão de ideias e há um grupo sem ideia nenhuma, apenas o
apoio incondicional à voz de comando que “dirige” o país com
todas suas grossuras e contradições.
Acho
até que estes tempos, embora de modo hipócrita haja manifestações
em contrário, falta o sentido exato da compaixão, a partir da
devastação aos meios naturais, quer incentivado, quer a aceitando
pela omissão.
Eu
já disse isso: ao ler
o livro “O anticristo” de Nietzsche,
muito
polêmico, ele
se refere
ao
“homem
superior” e
para ser esse homem, não pode ele
ter
ele
compaixão. (*)
Porque
a compaixão significa fraqueza. O
escritor alemão
assumia
a não-compaixão para combater o cristianismo que,
segundo
ele,
alienava os fiéis.
O
que constato hoje ou nestes tempos turvos é a ausência de compaixão,
vez
por outra
revelada por
mera “obrigação” até porque os
mortos pela pandemia podem ser os “fracos” e depois, afinal
de contas,
todos morrem (“E
dai? Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço
milagres?”).
Ele
havia receitado a cloroquina e o isolamento vertical. Nesse vácuo
insensato, como estaríamos hoje? Porque a pandemia não respeitou
idades. Cerca de 50% das vítimas tinham idade abaixo dos 60 anos.
Mas,
os
membros dos três
poderes, à menor suspeita e nas graves lesões, tem à disposição
hospitais de ponta em São Paulo para curar os “fortes”. Por
conta dos contribuintes.
Inclusive
o capitão-presidente.
Na
indiferença à devastação que se dá na Amazônia, tudo é tratado
com
enfado: “tudo
foi assim pelos
séculos
por que mudar agora?”
E
então para bancar a omissão descurada, repete-se
que
a Europa critica o desmatamento por aqui porque o continente
devastara, antes, suas florestas.
Mas,
a média, em cada país de porte menor
que o Brasil, ostenta 1/3 do seu território coberto por áreas
verdes
e florestas.
A
China, grande consumidora de carne e soja brasileiras vem fazendo
grandes investidas de
reflorestamento em
imensas áreas de seu território.
Não,
as críticas à devastação acelerada nada tem a ver com a
concorrência comercial dos produtores estrangeiros em relação aos
produtores brasileiros: há, sim, uma apelo emocionado ao Brasil para que
não repita os erros que eles, os europeus, cometeram. Eles
tentam se recuperar com o reflorestamento.
Reflorestamento: China
Mas,
a mentalidade por aqui não chega a tanto. Não
entendem esse ponto.
Claro
que a frase a
seguir desse
quilate, só pode ser ouvida nestes tempos turvos:
para preservar o ambiente, “é só você fazer cocô dia sim, dia
não, que melhora bastante”.
Como
classificar essa afirmação? Nem como anedota!
Nessa
linha de
aberrações, os
exemplos que existem servem para seguir o que neles há de pior.
Falta
sensibilidade. Melhor, falta compaixão.
Quanto ao vice-Amazônico, não espero nada. Ele tem a verdade, o INPE e suas imagens são "mentirosas".
II
Meio
ambiente: fauna e flora
Ardem
parte da Amazônia e grande parte do Pantanal pelos incêndios
muitos
criminosos.
Omisso e indiferente, o governo pela sua cúpula não repara na
fumaça espessa – o avião presidencial
teve
que arremeter por falta de visibilidade segura no
município de Sinop - MT. Mas, para a mentalidade dominante, foi um
mero acaso.
Afinal, a fumaça pelas queimadas devem desaparecer com as chuvas,
depois
de turvarem o Sudeste. Ah, sim, onde
estão as chuvas?
Nessa
insensibilidade, falta de compaixão, muitos
dos
que combatem os vários focos
de incêndio se preocupam com a flora devastada de modo que se pode
dizer irreversível.
E
os animais? Ora, os animais não trazem
votos,
não reclamam. ”Todos
morrem…”
Eu
já escrevi uma crônica, “A
alma das florestas e os animais almas viventes”, da qual extraio
este trecho:
Na
medida que esses milagres da criação são desrespeitados, sem
reposição do que destruído, qualquer manifestação dita religiosa
é hipócrita, porque além do verde, florestas imensas que
sabemos que temperam o clima há no seu entrelaçamento os animais e
espécies que têm o direito de viver nos seus recantos mas
que são vítimas da quebra de seu habitat ou mortos pelos incêndios
ou pela predação humana implacável na devastação.
Sem
essa preocupação, com explanei na crônica, dizer-se religioso é
uma farsa.
(**)

Com
essa insanidade o planeta reage. Aí se pergunta: “onde estão as
chuvas?” Nos desertos e terrenos áridos elas não existem ou
muito raramente, algumas gotas.
Elas
começam a escassear por falta de seus manipuladores naturais, as
matas e, como decorrência, os rios caudalosos começam a secar.
Qual
o futuro com o agravamento dessa situação?
Prevejo,
com toda a tecnologia a ser conquistada velozmente, mesmo assim, tempos sombrios
de sobrevivência, porque há indiferença ao sofrimento humano.
Ora,
mas estamos no presente e o presente continua sendo a “linguagem do
dinheiro”, da “plantação de gado” para alimentar a China e
outros. Quanto à China a situação é confortável para ela. Tudo
do Brasil enquanto ela, que não faz anedota de péssimo gosto, faz
sua lição de casa, o (re) florestamento.
Eu
penso que, em nome da Humanidade, a preservação ambiental hoje, é
uma prioridade. É questão de sobrevivência.
O
problema é que, no Brasil de hoje, a mentalidade dominante é menor,
de falsidades, de distorções e mentiras que uma turba apoia
cegamente.
III
Os evangélicos
Essas
novas seitas, ditas pentecostais, avançaram nos meios de comunicação
de modo avassalador e, de tanto apelo, execráveis. A mim causa
repulsa de tanto pedido de “dízimo” que mantém os fiéis na
coleira da esperança e os donos da crença, ricos.
E
por manter esses fiéis carentes no curral, eles se tornam eleitores
que são conduzidos tal qual gado para o lado indicado pelo “pastor”
ou seus cães submissos.
Claro
que por representar esse contingente de eleitores, essas seitas têm
o apelo forte em atrair a politica e os políticos.
Então,
há os que não vacilam em se ajoelhar perante tais “apóstolos”,
receber suas bênçãos.
Do
ponto de vista do interesse econômico que é a “cruz” que
ostentam, o principal mandatário-capitão veta suspensão de cobranças de multas
milionárias tributáveis lançadas contra essas seitas, mas
incentiva que o Congresso derrube seu veto!
E
algo desavergonhado.
Muitas
vezes esse mandatário-presidente diz coisas de modo veemente e logo
depois “bota panos quentes” e tudo fica como antes.
Quem
é essa gente, esse malafaia que se arroga eleito divulgador de
mensagens divinas? Que “boas novas” evangélicas traz que não
seja a truculência verbal, a soberba, a arrogância de “dono da
verdade” e, indiretamente, sempre o pedido de “dízimos”?Vendilhões
dos templos.
E
há um fato irônico que não pode ser esquecido: o máximo
mandatário hoje, foi batizado nas águas do Rio Jordão pelo
“pastor” Everaldo, que foi preso há dias sob acusação de
corrupção.
Nem entro no mérito da “corrupção” da qual é acusado o “pastor”.
Reflito observando a foto e nela vejo uma cena patética.
Há
muito anticristo por aí.
Tempos
turvos estes.
Referência:
(*) Acessar: https://resenhadoslivrosqueli.blogspot.com/2020/06/o-anticristo-de-friedrich-nietzsche.html
(**)
Acessar:
https://martinsmilton.blogspot.com/2020/05/a-alma-das-florestas-e-os-animais-almas.html