19/03/2021

SONHO PANDÊMICO


Alhures sobre os sonhos, escrevi isto:

...um sonho claro, inexplicável mas que se apresentara nítido ao acordar.

O que falar de sonhos? Confirmações de que o corpo mesmo que momentaneamente inanimado nas profundezas do inconsciente mantém a vida numa outra escala? Um sonho confuso, um pesadelo, de uma viagem clara e até premonitórios. Não é isso mesmo?”

Pois tendo em conta esse estágio de “comunicação” fora dos sentidos sensíveis, no começo do ano passado eu realmente sonhei com algo preocupante: dia ensolarado, e sem sombrear, uma nuvem negra pairava em baixa altura.

Então, em maio de 2020 descrevi essas imagens:

O céu estava azul naqueles dias amenos de outono, mas havia uma nuvem negra pairando só percebida por quem entendia o momento grave. Significava como depois de constatou, que a vida de milhares de pessoas, de modo aleatório era submetida a risco mortal por doença insidiosa. E não há como explicar sua expansão, o desregramento de seus ataques, sobretudo, sua gravidade”.

Nós não temos o controle da vida, pelo menos na hora da morte.

Entre nós, tudo foi agravado porque a pandemia se aliou a agentes perversos, falsos profetas, falsos religiosos que em relação às suas ovelhas vislumbram o que poderão delas amealhar.

E aí, todos caem em oração e “oração” rogando à providência divina para amenizar ou curar a doença trágica.

Recitam orações num planeta devastado, desrespeitado que não consegue superar a agressão que recebe a cada dia.

Porque há vida nas florestas, é lá que fluem as nascentes, os rios aéreos. É lá que os animais sobrevivem e um número incontável de vida imperceptível.

Eu fico imaginando a dívida contraída pela humanidade pela destruição intensiva e insana de árvores centenárias convertidas em vil metal, não compreendidas nos serviços que prestam a todos, porque há a cegueira “espiritual” coletiva da indiferença.

Há, porém, os que sentem um vazio que se propaga por essa devastação: o vazio pelos desertos que avançam, o vazio pela brutalidade contra os animais que fazem parte de outro ciclo múltiplo de vida.

Há um preço a pagar. O planeta reage porque suas defesas estão sendo ceifadas. E essas, porque tudo faz parte do TODO, são nossas próprias defesas.

Então, as orações podem até subir às Divindades, mas há uma oração voltada para o próprio planeta que clama reavaliação de atitudes, de preservação e de recomposição de tudo o que pode ser reconstituído.

Tudo o mais são paliativos mesmo que a pandemia seja minimizada por providências da ciência.

Mas, nada mais será “normal” a menos que voltemos para o planeta e passemos a cuidar dele por tudo o que ele oferece: a própria vida.

Essa é a oração a ser repetida, de amor à Terra onde vivemos. Oração com reconstrução.



"GAZETA DE PIRACICABA" DE 24 DE ABRIL DE 2021

20/09/2020

EU PRECISO FALAR SOBRE ISTO TUDO (DE NOVO)

 E quantas vezes achar que preciso...                                            


                                               I

                                  Falta de compaixão

Há uma divisão de ideias e há um grupo sem ideia nenhuma, apenas o apoio incondicional à voz de comando que “dirige” o país com todas suas grossuras e contradições.

Acho até que estes tempos, embora de modo hipócrita haja manifestações em contrário, falta o sentido exato da compaixão, a partir da devastação aos meios naturais, quer incentivado, quer a aceitando pela omissão.

Eu já disse isso: ao ler o livro “O anticristo” de Nietzsche, muito polêmico, ele se refere ao “homem superior” e para ser esse homem, não pode ele ter ele compaixão. (*)

Porque a compaixão significa fraqueza. O escritor alemão assumia a não-compaixão para combater o cristianismo que, segundo ele, alienava os fiéis.

O que constato hoje ou nestes tempos turvos é a ausência de compaixão, vez por outra revelada por mera “obrigação” até porque os mortos pela pandemia podem ser os “fracos” e depois, afinal de contas, todos morrem (“E dai? Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagres?”).

Ele havia receitado a cloroquina e o isolamento vertical. Nesse vácuo insensato, como estaríamos hoje? Porque a pandemia não respeitou idades. Cerca de 50% das vítimas tinham idade abaixo dos 60 anos.

Mas, os membros dos três poderes, à menor suspeita e nas graves lesões, tem à disposição hospitais de ponta em São Paulo para curar os “fortes”. Por conta dos contribuintes.

Inclusive o capitão-presidente.

Na indiferença à devastação que se dá na Amazônia, tudo é tratado com enfado: tudo foi assim pelos séculos por que mudar agora?”

E então para bancar a omissão descurada, repete-se que a Europa critica o desmatamento por aqui porque o continente devastara, antes, suas florestas.

Mas, a média, em cada país de porte menor que o Brasil, ostenta 1/3 do seu território coberto por áreas verdes e florestas.

A China, grande consumidora de carne e soja brasileiras vem fazendo grandes investidas de reflorestamento em imensas áreas de seu território.

Não, as críticas à devastação acelerada nada tem a ver com a concorrência comercial dos produtores estrangeiros em relação aos produtores brasileiros: há, sim, uma apelo emocionado ao Brasil para que não repita os erros que eles, os europeus, cometeram. Eles tentam se recuperar com o reflorestamento.


                          Reflorestamento: China

Mas, a mentalidade por aqui não chega a tanto. Não entendem esse ponto.

Claro que a frase a seguir desse quilate, só pode ser ouvida nestes tempos turvos: para preservar o ambiente, “é só você fazer cocô dia sim, dia não, que melhora bastante”.

Como classificar essa afirmação? Nem como anedota!

Nessa linha de aberrações, os exemplos que existem servem para seguir o que neles há de pior.

Falta sensibilidade. Melhor, falta compaixão.

Quanto ao vice-Amazônico, não espero nada. Ele tem a verdade, o INPE e suas imagens são "mentirosas". 


                                                II

                            Meio ambiente: fauna e flora

Ardem parte da Amazônia e grande parte do Pantanal pelos incêndios muitos criminosos. Omisso e indiferente, o governo pela sua cúpula não repara na fumaça espessa – o avião presidencial teve que arremeter por falta de visibilidade segura no município de Sinop - MT. Mas, para a mentalidade dominante, foi um mero acaso. Afinal, a fumaça pelas queimadas devem desaparecer com as chuvas, depois de turvarem o Sudeste. Ah, sim, onde estão as chuvas?

Nessa insensibilidade, falta de compaixão, muitos dos que combatem os vários focos de incêndio se preocupam com a flora devastada de modo que se pode dizer irreversível.

E os animais? Ora, os animais não trazem votos, não reclamam. ”Todos morrem…”

Eu já escrevi uma crônica, “A alma das florestas e os animais almas viventes”, da qual extraio este trecho:

Na medida que esses milagres da criação são desrespeitados, sem reposição do que destruído, qualquer manifestação dita religiosa é hipócrita, porque além do verde, florestas imensas que sabemos que temperam o clima há no seu entrelaçamento os animais e espécies que têm o direito de viver nos seus recantos mas que são vítimas da quebra de seu habitat ou mortos pelos incêndios ou pela predação humana implacável na devastação.

Sem essa preocupação, com explanei na crônica, dizer-se religioso é uma farsa. (**)

Com essa insanidade o planeta reage. Aí se pergunta: “onde estão as chuvas?” Nos desertos e terrenos áridos elas não existem ou muito raramente, algumas gotas.

Elas começam a escassear por falta de seus manipuladores naturais, as matas e, como decorrência, os rios caudalosos começam a secar.

Qual o futuro com o agravamento dessa situação?

Prevejo, com toda a tecnologia a ser conquistada velozmente, mesmo assim, tempos sombrios de sobrevivência, porque há indiferença ao sofrimento humano.

Ora, mas estamos no presente e o presente continua sendo a “linguagem do dinheiro”, da “plantação de gado” para alimentar a China e outros. Quanto à China a situação é confortável para ela. Tudo do Brasil enquanto ela, que não faz anedota de péssimo gosto, faz sua lição de casa, o (re) florestamento.

Eu penso que, em nome da Humanidade, a preservação ambiental hoje, é uma prioridade. É questão de sobrevivência.

O problema é que, no Brasil de hoje, a mentalidade dominante é menor, de falsidades, de distorções e mentiras que uma turba apoia cegamente.


                                                        III

                                             Os evangélicos

Essas novas seitas, ditas pentecostais, avançaram nos meios de comunicação de modo avassalador e, de tanto apelo, execráveis. A mim causa repulsa de tanto pedido de “dízimo” que mantém os fiéis na coleira da esperança e os donos da crença, ricos.

E por manter esses fiéis carentes no curral, eles se tornam eleitores que são conduzidos tal qual gado para o lado indicado pelo “pastor” ou seus cães submissos.

Claro que por representar esse contingente de eleitores, essas seitas têm o apelo forte em atrair a politica e os políticos.

Então, há os que não vacilam em se ajoelhar perante tais “apóstolos”, receber suas bênçãos.

Do ponto de vista do interesse econômico que é a “cruz” que ostentam, o principal mandatário-capitão veta suspensão de cobranças de multas milionárias tributáveis lançadas contra essas seitas, mas incentiva que o Congresso derrube seu veto!

E algo desavergonhado.

Muitas vezes esse mandatário-presidente diz coisas de modo veemente e logo depois “bota panos quentes” e tudo fica como antes.

Quem é essa gente, esse malafaia que se arroga eleito divulgador de mensagens divinas? Que “boas novas” evangélicas traz que não seja a truculência verbal, a soberba, a arrogância de “dono da verdade” e, indiretamente, sempre o pedido de “dízimos”?Vendilhões dos templos.

E há um fato irônico que não pode ser esquecido: o máximo mandatário hoje, foi batizado nas águas do Rio Jordão pelo “pastor” Everaldo, que foi preso há dias sob acusação de corrupção.

Nem entro no mérito da “corrupção” da qual é acusado o “pastor”.

Reflito observando a foto e nela vejo uma cena patética.



Há muito anticristo por aí.

Tempos turvos estes.


Referência:

(*) Acessar: https://resenhadoslivrosqueli.blogspot.com/2020/06/o-anticristo-de-friedrich-nietzsche.html

(**) Acessar: https://martinsmilton.blogspot.com/2020/05/a-alma-das-florestas-e-os-animais-almas.html

29/05/2020

A “ALMA” DAS FLORESTAS E OS ANIMAIS “ALMAS VIVENTES"

"Gazeta de Piracicaba" de 29.05.2020




A imprensa não tem se omitido em noticiar a predação da floresta Amazônica (*) como nunca se viu nessas proporções.

É que houve uma mudança de rumo, para pior, nestes últimos tempos, que tem revelado tolerância com essa prática criminosa provocada por grileiros e madeireiros ilegais que lá agem quase que livremente.

Esse tema para mim é de muita sensibilidade e, nestes tempos em que muitos se proclamam crentes em Deus tenho meditado muito, "religiosamente" sobre essa devastação deletéria cada vez mais impune que, se não defendida por interesses políticos radicais, muitos são os que se omitem como se aquele patrimônio “espiritual” pouco significasse para o futuro do planeta.

Volto-me ,
então, para o simbolismo do "Gênesis" bíblico, mas se simbólico o que relata da criação constitui-se, porém, grande lição a pensar.

Com efeito, no decorrer do milagre da criação, Deus seguiu esta ordem:


No terceiro dia:

11. E disse Deus. Produza a terra erva verde que dê semente, árvores frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre a face a terra. E assim foi.


No quinto dia

25. E fez Deus as bestas-feras da terra conforme a sua espécie, e todo réptil da terra conforme, a sua espécie. E viu Deus que era bom.


No sexto dia:

27. E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou: macho e fêmea os criou.

30. E todo o animal da terra, e a toda ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há a alma vivente, toda a erva verde será para mantimento. E assim foi.

De notar que o 
'verde' foi criado já no 3º dia; os animais, de "almas viventes", no quinto dia e o homem somente na 6º dia. Coube a ele, "dominar (presidir) sobre  os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado e sobre toda a terra e sobre todo réptil que se move sobre a terra" (1.26).

Há nesses versículos todos um sentido de religiosidade profunda. O dominar ou presidir toda essa criação não significa devastar, destruir, desrespeitar. O verde como alimento foi destinado não só para o homem que viria depois, como para todos os animais de "alma vivente".

Na medida que esses milagres da criação são desrespeitados, sem reposição do que destruído, qualquer manifestação dita religiosa é hipócrita,
porque além do verde, florestas imensas que sabemos que temperam o clima há no seu entrelaçamento os animais e espécies que têm o direito de viver nos seus recantos mas que são vítimas da quebra de seu habitat ou mortos pelos incêndios ou pela predação humana implacável na devastação.

E na linguagem do dinheiro que prevalece, poucos os que se dão conta do significado dessas criações que vieram antes de nós, que sequer entendemos com o rigor que seria pensado mas que o simbolismo desses versículos do Gênesis nos levam a refletir.

A floresta tem sua “alma” e implora a preservação e os animais “almas viventes”. Merecem respeito e amor.

(*) Está sendo “liberada” a devastação, também, na Mata Atlântica


10/04/2020

A DESTRUIÇÃO DA AMAZÔNIA E A HIPOCRISIA

Nesta sexta-feira da Paixão, renovo o desencanto, a tristeza mesmo que, em meio aos desencontros oficiais no combate à pandemia do coronavirus, volta a notícia de que o "desmate já é recorde na região amazônica":

"A extração ilegal de madeira corre em ritmo acelerado na Amazônia, fazendo com que o volume do desmatamento acumulado de agosto de 2019 a março deste ano já chegue ao dobro do verificado no mesmo intervalo anterior, quando a derrubada recorde da floresta virou alerta global. Uma área superior a três vezes a cidade de São Paulo já foi abaixo neste período." (*) 

Leo Correa/AP

Então, nada como um dia como este para meditar "religiosamente" um pouco sobre isso.

Volto-me para o simbolismo do "Gênesis" bíblico, mas se simbólico o que relata da criação constitui-se grande lição a se pensar.

Com efeito, no decorrer do milagre da criação, Deus seguiu esta ordem:

No terceiro dia:

11. E disse Deus. Produza a terra erva verde que dê semente, árvores frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre a face a terra. E assim foi.

No quinto dia

25. E fez Deus as bestas-feras da terra conforme a sua espécie, e todo réptil da terra conforme, a sua espécie. E viu Deus que era bom.

No sexto dia:

27. E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou: macho e fêmea os criou.
30. E todo o animal da terra, e a toda ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há a alma vivente, toda a erva verde será para mantimento. E assim foi.

De notar que o 'verde' foi criado já no 3º dia; os animais, de "almas viventes", no quinto dia e o homem somente na 6º dia. Coube a ele, "dominar (presidir) sobre  os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado e sobre toda a terra e sobre todo réptil que se move sobre a terra" (1.26).

Há nesses versículos todos um sentido de religiosidade profunda. O dominar ou presidir toda essa criação não significa devastar, destruir, desrespeitar. O verde como alimento não só para ele como para todos os animais de "alma vivente".

Na medida que esses milagres da criação são desrespeitados, sem reposição do que destruído, qualquer manifestação dita religiosa é hipócrita.



E a hipocrisia mais se sustenta, a quem bater no peito e disser ao vento e aos bajuladores: "creio em Deus". E cai de joelhos perante falsos profetas e amealha os favores dos seu adeptos com a alma desorientada que merecem a compreensão.

Disse Jesus Cristo, em seu "sermão da montanha", segundo Mateus (6.5):

"E quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão".

Como pode um arrogado religioso desdenhar, como desdenhado tem, e a não presidir com amor esses milagres anteriores da criação? Mas, não, com palavras e desdém lançá-los, cúmplice, aos insanos que os destroem? A que preço que não seja o preço vil?

Hipócritas.


No filme "Quo Vadis" de 1951, sem entrar nos rigores da própria história, ao incendiar Roma, Nero na sua loucura, tinha um "projeto" de reconstrução da cidade.



Para se livrar da ira do povo pelo crime atribuiu aos cristãos o incêndio que engendrara contra a própria Roma e seu povo simples.

Era ele rodeado de bajuladores que enalteciam seus "talentos" medíocres de poeta e cantor. Havia um conselheiro, Petrônio, que ao enaltecer esses "talentos" o que fazia era impedir que a loucura do "divino" fosse mais trágica e mais assassina.

E havia o "general" Tigelino que em tudo o conduzia para a barbárie e crimes, mas era neutralizado pelo ponderado Petrônio.

Sim, Nero na sua loucura julgava-se divino. E essa condição de divindade era propagado ao romanos pelos seus bajuladores.


Sim, a culpa pelos seus desatinos é dos outros.



Nestes tempos caóticos, muitos são os que se penalizam com os animais.

Com efeito, muitos vertem lágrimas com um cavalo que morre de tanto esforço que lhe é imposto no dia a dia, por um "dono" irresponsável.

Todos enaltecem os cuidados com os animais domésticos que são tratados, muitos, como crianças mimadas. Nada contra, desde que não se esqueçam das crianças.

No descaso e no deboche grosseiro nos apelos que apontam a devastação da Amazônia, os animais que morrem ou pelos incêndios criminosos ou pela sobrevivência impossibilitada pela quebra dos recursos alimentares são milhares.

Calem-se hipócritas políticos e os omissos que dão de ombros porque todos são cúmplices dessa tragédia!

E nem pensem que esses crimes não repercutem no planeta que de um modo ou outro adverte ou penaliza pelo abuso e desordem ambiental e moral praticados pelos homens.

Eu mesmo já revelei meu asco pela maneira como agem chineses, em determinadas regiões que se alimentam de tudo o que se mexe, sejam insetos, morcegos na sopa, sapos, ratos crus, animais exóticos e domésticos e o que mais a imaginar.

Esses ataques aos animais e insetos tem a ver com a tragédia imposta pelo ditador truculento Mao Tse Tung que "governou" a China de 1949 a 1976 (ano do falecimento) que impôs a morte pela fome a milhões de chineses.

E o abate nesses mercados chineses dos horrores se dá com extrema crueldade.

Mas, não se admirem de modo hipócrita com o que ocorre na China porque todos os que consomem carne como alimento não olham para o que se passa na barbárie dos matadouros.

Não querem saber dos porcos "aprisionados" imóveis em gaiolas até que tenham o peso para o abate!


Eu tenho pensado muito nessa crueldade e tenho minhas intuições.

Nos tempos das cavernas, os hominídeos aprenderam a caçar os animais e se alimentavam de sua carne.

Li não faz muito dois livros clássicos, "Odisseia" escrito há 900 AC por Homero do qual registrei o seguinte:

É nessa visita emocionada entre pai e filho é que se sabe que o velho Laertes (pai de Ulisses) cultivava frutas em seus campos. Essa é única referência a esse tipo de alimento em toda a Odisseia. A predominância sempre fora nos festins constantes, a carne. o pão e o vinho.

Essa mesma predominância carnívora e do sacrifício dos animais ocorre no Eneida, escrito por Virgílio anos antes do nascimento de Jesus Cristo. (**).

O sacrifício de animais nos altares é mencionado na Bíblia.

Me parece que o sacrifício dos animais para alimentação - o gado prolifera bastante - tem a ver com decisões divinas em reconhecer que a maioria dos homens ainda guarda a herança dos seus ancestrais dos tempos das cavernas. 

Mas, há a lei da causa e efeito.

E abatem barbaramente aqueles seres dotados de "almas viventes" que deveriam ser preservados por eles.

Sim, este é o planeta da barbárie, das diferenças, das penitências e nesse quadro caótico ou de redenção ou de expurgo.

Vejo de modo não otimista o obscurantismo e o caos futuros que atingirão as próximas futuras gerações.


Tudo o que é noticiado vindo da China, pelo seu regime político fechado, ditatorial recebo com reservas.

Mas o que é verdade é a compra de carne bovina pela China, algo em torno de 350 mil toneladas em 2019. Uma parcela para superar a fome de mais de 1 bilhão de habitantes.

Mas, qual a preocupação ambiental que foi divulgada recentemente por diversos meios de comunicação? A de que a China vem promovendo ampla cobertura vegetal (reflorestamento) como um modo de diminuir a sua imensa poluição:


"Como parte do plano para construir uma China Formosa, o país prometeu aumentar sua taxa de cobertura florestal para 26% até o ano de 2035.
Para cumprir o objetivo, Zhang enfatizou que o país deve acelerar o ritmo de reflorestamento, com cerca de 6,67 milhões de hectares de árvores recém-plantadas todos os anos, e deve implementar uma estrita proteção dos recursos florestais.
Mais medidas serão tomadas para promover a restauração ecológica das pastagens e será impulsionada a criação de parques nacionais pilotos, salientou Zhang." (***)



Dá-se, então, uma reversão de atitudes. Por aqui se desmata de modo criminoso sem controle nenhum, o que pode e o que não pode, tanto para obter madeira como para aumentar pastos, para maior produção de carne especialmente para exportação incluindo a China.

A China por sua vez, refloresta, contando com a carne brasileira a preço de liquidação e não olha para o desastre ambiental que por aqui se avoluma para sustentá-la mesmo que em parte.


Hoje, o poder central é rodeado de bajuladores que se aproveitam dos meios de comunicação, as tais redes sociais, para santificá-lo, para comparar com o passado os seus discursos desastrados, pelas falsidades que divulgam, pelo rancor que não falta, pelas suas contradições e incompetências.

Deturpam apelos preservacionista sejam quais sejam os interlocutores, sem pensar um pouco no que de verdade contêm esses apelos. 

E partem para a agressão, para a distorção inescrupulosa.

Os imediatistas, ignaros cuja visão se perde olhando para os pés e não para o infinito.








Referências:

(*) "O Estado de São Paulo" de 09.04.2020 (de André Borges)

(**) Acessar:

"Odisseia":
https://resenhadoslivrosqueli.blogspot.com/2019/09/odisseia-de-homero.html

"Eneida":
https://resenhadoslivrosqueli.blogspot.com/2020/01/eneida-de-publio-virgilio-maro.html

(***) "Xinhua Português" de 12.03.2019