19/01/2024

CENAS DO COTIDIANO (V)



Apenas dando uma olhada discreta...




MUDEI O TÍTULO DE "JANELA DISCRETA" PARA "CENAS DO COTIDIANO"

CENAS DO COTIDIANO:

I. E não é que ainda existe primeira comunhão?

II. Construir praças é mais barato

III. Um nome lembrado e a alegria

I - E NÃO É QUE AINDA EXISTE PRIMEIRA COMUNHÃO?  

Lembro-me dos meus tempos de 1ª Comunhão, minhas ligações com a velha matriz de São Caetano que, acho, tenha buscado esse momento solene, por mim mesmo.

Não posso me lembrar, mas o que sei é que depois da comunhão minha mãe fez na pequena sala um festinha para a turma em volta com bolo e tudo,

O catecismo era exigente, tinha que rezar o "Credo", o "Pai Nosso", a "Ave Maria", "Salve Rainha" não tenho certeza do "O ato de contrição"...

O que sei é que as beatas eram muito pacientes, pessoas religiosas sinceramente religiosas, a mais devotada se aproximava naquelas manhãs, com hálito de café com leite e um dia me repreendeu porque eu não sabia recitar o "Credo":

— Se você não aprender não poderá fazer a comunhão.

Então, quando houve o ensaio da hóstia ela enrolou no céu da boca. Aviso o padre. Ele, grosso, fez troça.







Depois da comunhão, por algumas horas tive a sensação de estar levitando a um palmo.

Até frequentei por algum tempo os "congregados marianos", almejando aquela fita amarela porque eu, com aquela idade, só podia usar a fita azul...

Tudo isso passou.

Há dias, para minha surpresa meu neto Heitor também fez a 1ª Comunhão.







Foi num sábado, uma longa missa, cheia de cantorias e sermões mas ele fez a comunhão e, no momento das congratulações eu o senti feliz.

Depois, o entusiasmo tende a arrefecer porque as coisas do cotidiano e as múltiplas atrações da idade cobram atividades múltiplas.

De qualquer modo, daqueles tempos, tenho estes acordes na memória de um hino católico:

"Pecador agora é tempo, de contrição e de fervor, segue a Deus despreze o mundo-o".

E sobre o que restou disso tudo, sobre Deus? Um dia eu tento colocar no papel as sensações sobre esses mistérios. Tarefa nada fácil.

II - CONSTRUIR PRAÇAS É MAIS BARATO (!)

Não escondo minhas origens abeceanas.

Estudei o nível médio em São Caetano, no "místico" Colégio Bonifácio de Carvalho e no ABC trabalhei por muitos anos em multinacionais automobilísticas  com destaque para Chrysler de Santo André.

Nessa empresa tive oportunidade  de a representar em solenidades ocasionais em Santo André e, numa dessas estive frente a frente com o prefeito Antônio Pezzolo — dessas personalidades que não aparecem mais. 

A nota abaixo foi publica na coluna de Ademir Médici do dia 10/01/24 no "Diário do Grande ABC":

SIMPLICIDADE

Quando na Chrysler de Santo

André, algumas vezes

representei a empresa em

solenidades ou coisa assim.

Umas duas vezes me deparei

com a simplicidade do prefeito

Pezzolo e numa dessas vezes

falei de construir

uma praça na Rua Porto

Carrero — que não vingou

porque no final das contas no

terreno deu-se uma

construção.

Mas, não vou esquecer a frase

dele:

— Bom, pode-se ver porque

construir uma praça é sempre

mais barato.

Claro que pode haver preço de

desapropriação e tal, mas

tenho comigo, até hoje, que

construir praça (com área

verde) “é sempre mais

barato”.

Milton Martins

Piracicaba

Deve ficar clara a mensagem que construção de praças — que tanta falta faz nestes tempos ferventes — é uma obra barata.

Aqui em Piracicaba, já relatei isso, arborizei pessoalmente uma área verde antes abandonada. (*)

(*) Acessar: MINI RESENHA AMBIENTAL


III. UM NOME LEMBRADO E A ALEGRIA

Foi dia desses numa mercearia muito prestigiada aqui em Piracicaba.

Peço uma medida de muçarela e, depois, peço para aumentar o peso.

— Bete, coloque mais 100 gramas.

A moça que há anos lá trabalha, diz:

— Puxa, o senhor se lembrou do meu nome!

E, ao me entregar o pequeno pacote o fez com um sorriso de alegria.

Coisas simples, espontâneas, que dão um resultado inesperado. 




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