Apenas dando uma olhada discreta...
MUDEI O TÍTULO DE "JANELA DISCRETA" PARA "CENAS DO COTIDIANO"
CENAS DO COTIDIANO:
I. E não é que ainda existe primeira comunhão?
II. Construir praças é mais barato
III. Um nome lembrado e a alegria
I - E NÃO É QUE AINDA EXISTE PRIMEIRA COMUNHÃO?
Lembro-me dos meus tempos de 1ª Comunhão, minhas ligações com a velha matriz de São Caetano que, acho, tenha buscado esse momento solene, por mim mesmo.
Não posso me lembrar, mas o que sei é que depois da comunhão minha mãe fez na pequena sala um festinha para a turma em volta com bolo e tudo,
O catecismo era exigente, tinha que rezar o "Credo", o "Pai Nosso", a "Ave Maria", "Salve Rainha" não tenho certeza do "O ato de contrição"...
O que sei é que as beatas eram muito pacientes, pessoas religiosas sinceramente religiosas, a mais devotada se aproximava naquelas manhãs, com hálito de café com leite e um dia me repreendeu porque eu não sabia recitar o "Credo":
— Se você não aprender não poderá fazer a comunhão.
Então, quando houve o ensaio da hóstia ela enrolou no céu da boca. Aviso o padre. Ele, grosso, fez troça.
Depois da comunhão, por algumas horas tive a sensação de estar levitando a um palmo.
Até frequentei por algum tempo os "congregados marianos", almejando aquela fita amarela porque eu, com aquela idade, só podia usar a fita azul...
Tudo isso passou.
Há dias, para minha surpresa meu neto Heitor também fez a 1ª Comunhão.
Foi num sábado, uma longa missa, cheia de cantorias e sermões mas ele fez a comunhão e, no momento das congratulações eu o senti feliz.
Depois, o entusiasmo tende a arrefecer porque as coisas do cotidiano e as múltiplas atrações da idade cobram atividades múltiplas.
De qualquer modo, daqueles tempos, tenho estes acordes na memória de um hino católico:
"Pecador agora é tempo, de contrição e de fervor, segue a Deus despreze o mundo-o".
E sobre o que restou disso tudo, sobre Deus? Um dia eu tento colocar no papel as sensações sobre esses mistérios. Tarefa nada fácil.
II - CONSTRUIR PRAÇAS É MAIS BARATO (!)
Não escondo minhas origens abeceanas.
Estudei o nível médio em São Caetano, no "místico" Colégio Bonifácio de Carvalho e no ABC trabalhei por muitos anos em multinacionais automobilísticas com destaque para Chrysler de Santo André.
Nessa empresa tive oportunidade de a representar em solenidades ocasionais em Santo André e, numa dessas estive frente a frente com o prefeito Antônio Pezzolo — dessas personalidades que não aparecem mais.
A nota abaixo foi publica na coluna de Ademir Médici do dia 10/01/24 no "Diário do Grande ABC":
SIMPLICIDADE
Quando na Chrysler de Santo André, algumas vezes representei a empresa em
solenidades ou coisa assim.
Umas duas vezes me deparei com a simplicidade do prefeito Pezzolo e numa dessas vezes
falei de construir uma praça na Rua Porto Carrero — que não vingou porque no final
das contas no terreno deu-se uma construção.
Mas, não vou esquecer a frase dele:
— Bom, pode-se ver porque construir uma praça é sempre
mais barato.
Claro que pode haver preço de desapropriação e tal, mas tenho comigo, até hoje, que
construir praça (com área verde) “é sempre mais barato”.
Deve ficar clara a mensagem que construção de praças — que tanta falta faz nestes tempos ferventes — é uma obra barata.
Aqui em Piracicaba, já relatei isso, arborizei pessoalmente uma área verde antes abandonada. (*)
(*) Acessar: MINI RESENHA AMBIENTAL
III. UM NOME LEMBRADO E A ALEGRIA
Foi dia desses numa mercearia muito prestigiada aqui em Piracicaba.
Peço uma medida de muçarela e, depois, peço para aumentar o peso.
— Bete, coloque mais 100 gramas.
A moça que há anos lá trabalha, diz:
— Puxa, o senhor se lembrou do meu nome!
E, ao me entregar o pequeno pacote o fez com um sorriso de alegria.
Coisas simples, espontâneas, que dão um resultado inesperado.
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